Publicado em 06/09/2019 - geral - Da Redação
Ponto está situado a cerca de dois quilômetros
acima da área impactada pelos rejeitos
O Governo de Minas, por meio do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) e da Companhia de Saneamento de Minas Gerias (Copasa), dá mais um passo para reestabelecer as fontes de abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e garantir segurança hídrica à população. Na quarta-feira (4/9), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), órgão do Sisema, publicou a Portaria de Outorga 0107810/2019, documento que autoriza a Copasa a captar 5 mil litros por segundo (l/s) no Rio Paraopeba.
A captação
será feita em um novo ponto, situado 2,3 quilômetros acima do trecho do
Paraopeba que foi impactado pelos rejeitos que vazaram da Barragem 1, da
Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale. A barragem, localizada no município
de Brumadinho, se rompeu em 25 de janeiro deste ano.   
 A nova
estrutura vai substituir a captação paralisada, que foi comprometida
pelo rompimento, promovendo assim o resgate do cenário de captação
anterior ao desastre. Os custos das obras de infraestrutura necessária para a
implantação serão de responsabilidade da mineradora Vale, como uma das medidas
compensatórias.
Com
capacidade para captar 5 mil litros por segundo, o sistema será composto
por 13,4 quilômetros de redes adutoras com 1,5 mil milímetros de diâmetro e
seis conjuntos motobombas, com vazão de 1 mil litros por segundo e potência de
2.750 cavalos (CV), para bombear a água até a Estação de Tratamento de Água
(ETA) Rio Manso. Com início programado para este mês de setembro, as obras têm
previsão de serem concluídas em até 12 meses.
 
Prioridade
O Igam e a
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad)
estão trabalhando prioritariamente para apoiar todas as ações que possam
fortalecer a segurança hídrica da RMBH.
De acordo com
o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Germano
Vieira, este é um importante passo para atendimento à demanda do abastecimento
público, que é prioritária para a população e o governo. “Trata-se de um passo
concreto para garantia da segurança hídrica da região metropolitana, que é
beneficiada por essa captação. É importante ressaltar que este ponto está em um
trecho do Rio Paraopeba que não foi impactado pelo rompimento e que não tem
nenhuma associação com rejeito”, afirma.
O diretor de Operação
Metropolitana da Copasa, Guilherme Frasson, afirma que, a partir da publicação
da outorga, as obras de implantação da nova captação poderão ser
iniciadas. “Esse é um passo fundamental para assegurar que o abastecimento na
RMBH volte à sua normalidade”, comentou.
Para a coordenadora do
Comitê Gestor Pró-Brumadinho e secretária-adjunta da Secretaria de Planejamento
e Gestão (Seplag), Luísa Barreto, a ação articulada do governo estadual é
fundamental para cobrar reparações da Vale à população de forma ágil. “Temos
estabelecido uma série de acordos para atender as ações emergenciais de forma
célere e exigir da empresa a reparação devida pelos danos causados. A nova
captação de água no Rio Paraopeba é uma dessas medidas fundamentais, por garantir
a segurança hídrica da RMBH”.
O secretário Germano Vieira ainda destacou que essa importante medida para reestabelecimento da segurança hídrica se somará a diversas ações que vêm sendo conduzidas junto aos 23 municípios da calha do Paraopeba, para garantia da universalização do saneamento básico a toda essa população, com reflexos na qualidade do rio, importante afluente do Rio São Francisco.
SEGOV