Publicado em 01/04/2021 - geral - Da Redação
Artesãos
podem ganhar um programa do Sistema FAEMG/SENAR/INAES que oferecerá ferramentas
de gestão e comercialização para profissionalizar o negócio. Trata-se de uma
perspectiva totalmente nova para que a atividade deixe de ser comparada a um
“hobby” para se tornar um negócio rural formalizado e gerador de renda. A ideia
foi discutida em reunião virtual nesta semana.
“A
proposta vem muito ao encontro do que o Sistema FAEMG quer. Entendemos o
artesanato como atividade que gera renda, gera impostos, empregos. Entretanto,
toda a gestão deve ser balizada na relação benefício/custo, tanto para o
artesão, no papel de empresário, como para toda a sociedade, a exemplo de
qualquer negócio. Para isso, o artesão tem que buscar mercado, ter um padrão de
qualidade, saber qual o custo do seu produto para saber precificar”, analisou o
superintendente do SENAR MINAS, Christiano Nascif.
O
instrutor de Artesanato Renderson Alves da Silva sugeriu o projeto pensando no
que o Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG faz pelos produtores
rurais. No caso do artesanato, a metodologia seria diferente - mas teria em
comum um técnico orientando um grupo de artesãos de uma mesma região. Bambu,
argila, fibras naturais e cosméticos naturais, por exemplo, seriam cadeias
atendidas.
Necessidade de
organização
Para Nascif, esse
período desafiador é um momento propício para fortalecer o setor. “Estamos
sinalizando uma nova forma de trabalhar o artesanato. Medir a performance do
artesão, a performance do negócio. Temos que criar esses indicadores dentro da
cadeia”, diz.
Renderson Silva acredita
que é preciso formalizar o artesanato como produto rural. “O artesanato não
pode ficar de fora desse movimento. O SENAR tem instrutores de gabarito que
podem levantar as potencialidades do segmento e treinar os artesãos em
associativismo, cooperativismo, gestão. Hoje é simples abrir uma empresa e se
formalizar”, opinou.
A gerente de Formação
Profissional, Liziana Rodrigues, vê a ideia como muito pertinente porque os
artesãos ainda estão tendo muitas dificuldades com a pandemia. “A parte da
comercialização on-line cresceu muito, mas não de forma organizada. A forma de
consumo mudou, mas é preciso investimento nessa área”, avalia.
“Artesanato de
experiência”
Junto com Nascif,
Liziana Rodrigues e Renderson Silva, participaram da reunião a gerente
pedagógica Mírian Rocha e o gerente de Assistência Técnica e Gerencial Bruno
Rocha de Melo. Para ele, o artesanato também tem potencial de agregar valor
como experiência, tal qual o turismo oferece hoje: “trazer a experiência da
região, da história local”.
O próximo passo será um
diagnóstico das principais cadeias do artesanato mineiro. Aquelas com
relevância cultural, econômica e social, que estejam ligadas à região e à
mineiridade. “Acho muito importante trabalhar com produtos fortemente ligados à
região e que carregam a originalidade típica do estado”, aponta Nascif.