Publicado em 06/09/2019 - geral - Da Redação
A superação da crise
e a consequente retomada do processo de crescimento econômico e de avanços
sociais em nosso país, passa, necessariamente, pela união dos diversos
segmentos da sociedade em um pacto no qual o único e exclusivo compromisso é
com o Brasil - e todos devem oferecer a sua cota de sacrifícios. É neste contexto
que vemos o acordo firmado entre o governo federal e as entidades que compõem o
Sistema S, no qual se incluem o Sesi e Senai, ambos vinculados à Fiemg no plano
estadual e à Confederação Nacional da Indústria (CNI) no plano nacional.
É,
de fato, um entendimento que merece comemoração, na medida em que explicita o
grau de amadurecimento das lideranças do setor produtivo brasileiro e das
próprias autoridades governamentais, no âmbito do Ministério da Economia.
Dentro do que propôs a Fiemg, desde antes da posse do presidente Bolsonaro, o
Sistema S arcará com a redução de 20% na contribuição compulsória que hoje
recebe das empresas dos diversos segmentos do setor produtivo - agricultura,
comércio, transportes e indústria. De sua parte, o governo compreendeu o sacrifício
que será feito pelas entidades e concordou em escaloná-lo, para o setor
industrial, ao longo dos próximos três anos.
É
um acordo que atende as necessidades de redução do chamado "Custo
Brasil", buscando tornar as empresas brasileiras mais competitivas em
relação às suas concorrentes nos grandes mercados globais e até mesmo no nosso
mercado interno que, cada vez mais, vai sendo invadido e dominado pelos
produtos importados. Se queremos ampliar a competitividade da economia
brasileira e de nossas empresas, é absolutamente justo e necessário que, em vez
de apenas cobrar do governo, também ofereçamos a nossa contribuição. É isso,
exatamente, o que representa a redução de 20% nos recursos recolhidos pelas
empresas ao Sistema S.
Também
na forma como será implementado, o acordo alinha-se à posição proposta pela
Fiemg de concentrá-lo exclusivamente no Sesi, preservando-se integralmente os
recursos destinados ao Senai. Programas, projetos e ações do Sesi não serão
prejudicados, pois a entidade recebe hoje uma contribuição (1,5% sobre a folha
de salários) maior do que a destinada ao Senai (1%). 
A
vantagem, para a indústria e para a sociedade, é que o Senai continuará
investindo o mesmo volume de recursos no cumprimento de sua missão de oferecer
ensino profissionalizante nos níveis de aprendizagem industrial (totalmente
gratuito), técnico, aperfeiçoamento e superior. São serviços fundamentais e
estratégicos para as empresas industriais na medida em que profissionais
qualificados em nível de excelência são e serão sempre diferencial competitivo
da mais alta relevância.
Ao
subscrever o acordo em que voluntariamente abre mão de 20% dos recursos que
recebe hoje, as entidades gestoras do Sistema S assumem, adicionalmente, o
compromisso de aprimorar o seu modelo de gestão, desafio que encaramos com
entusiasmo. Com o corte, como tornou-se comum dizer nos dias de escassez que
vivemos hoje, teremos que fazer mais com menos, pois não podemos diminuir nem a
quantidade e muito menos a qualidade dos serviços prestados à sociedade por
Sesi e Senai, entidades consideradas modelo e referência em Minas Gerais, no
Brasil e, sim, também no mundo.
De
fato, os resultados de Sesi e Senai, presentes em quase 100 municípios
mineiros, são realmente expressivos. No ENEM, a média das escolas Sesi, de
658,34, supera a média das redes pública e privada do país, incluindo São Paulo
e Rio de Janeiro. Na rede Sesi-Brasil, das 20 escolas melhor colocadas, todas
são do Sesi de Minas Gerais. No Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico
(IDEB) das 22 escolas Sesi-MG, 14 são as melhores de seus respectivos
municípios; e 19 estão entre as melhores de suas cidades. Nossa aluna Ana Luiza
Cássia de Bragança, um honroso exemplo, do Sesi de Pouso Alegre, foi aprovada
em seis vestibulares de Engenharia - uma em segundo lugar, duas em terceiro e
uma em 5º lugar.
O
Senai está presente em 60 municípios mineiros, com desempenho expressivo. A
entidade forma e entrega para a indústria brasileira profissionais prontos para
construir a competitividade necessária para termos um país desenvolvido.
Trata-se, sem dúvida, de um serviço da mais alta qualidade, com resultados para
toda a sociedade. Sem o Senai, não há trabalhadores capacitados. Formamos mão
de obra preparada para forjar o Brasil do futuro.
Todos
esses excelentes resultados são oferecidos de forma democrática e aberta para
os jovens de Minas Gerais. Já fazendo mais com menos, otimizamos investimentos
e ampliamos em aproximadamente 10% o número de vagas em nossas unidades Sesi e
Senai no estado. Somente neste ano, são mais de 100 mil alunos matriculados.
Este,
em essência, é o patrimônio construído pelo Sistema S no setor industrial.
Nosso principal compromisso é mantê-lo e ampliá-lo cada vez mais. Com o corte,
necessário para ajudar o Brasil a vencer a crise e fazer a reforma tributária,
nossa responsabilidade aumenta ainda mais. Felizmente, estamos preparados para
fazer mais com menos. O compromisso do Sistema S é com o Brasil.
         FLÁVIO ROSCOE é presidente da Federação
das Indústrias de Minas Gerais (Sistema Fiemg).