ALÉM DO JUÍZO FINAL

Publicado em 07/05/2010 - marco-regis-de-almeida-lima - Marco Regis de Almeida Lima

Embora haja tanta celeuma e controvérsia, o Juízo Final está inserido nos dicionários como um dos desdobramentos do verbete juízo. Em Caldas Aulete, ele é explicado como uma doutrina da Igreja, percebendo, ao longo da minha vida,  que, pelo menos entre nós brasileiros, a esta referência subentendia-se Igreja Católica. Aqui está contido: “Juízo Final ou Universal, aquele pelo qual Deus, segundo a doutrina da Igreja, há de no fim do mundo julgar os bons e os maus reunidos todos no mesmo lugar”. Para Koogan e Houaiss, editado e lançado no ano 2000, “Relig. cat. Juízo Final, segundo a igreja católica, decisão final de Deus, aquela em que Ele determinará o destino de todos os homens”. Certo é que há infindáveis comentários e estudos abordando tal Julgamento sob enfoques religiosos, teológicos, filosóficos, escatológicos e científicos, longe estando os meus conhecimentos à altura de discuti-lo.
Melhor diríamos que o assunto é da seara de todas as igrejas cristãs, sendo a Bíblia Sagrada o seu campo principal. Nela poderá ser lido nos livros proféticos, nos evangelistas, em Hebreus, em Coríntios, mas, principalmente, em Apocalipse.
Entretanto, civilizações antigas, como a grega, ensinavam que as pessoas deviam levar uma vida de retidão, prevendo um julgamento futuro. Videntes, como Nostradamus, também falam do final dos tempos.
Ultimamente, tem chamado a nossa atenção a busca da Ciência em dois aspectos distintos mas paralelos: o da origem e o da expansão do Universo. O grande salto no acompanhamento dessa expansão, com a comprovação do surgimento de novas galáxias, deve-se ao telescópio espacial Hubble, colocado em órbita terrestre pela agência espacial americana em 1990. Operando fora da  interferência da atmosfera terrestre, com sensibilidade para a luz visível e a infravermelha, esta um tipo de visão noturna, este fantástico telescópio revolucionou a astronomia. Já as experiências que tentam simular o big bang, a grande explosão que teria dado origem ao universo, são recentíssimas. Trata-se de um poderoso acelerador de partículas atômicas, que lhes imprime uma velocidade próxima à da luz, em um túnel de 27 km, entre a Suíça e a França, construído por um consórcio europeu, com o objetivo de promover colisões entre as mesmas, tentando reproduzir o big bang, com a liberação das chamadas “partículas de Deus”, o marco zero do Universo.
O que incuca a gente, diante da profundidade do conhecimento científico, é que existe a previsão para milhões de anos à frente de que o Sol se apagará gradativamente, deixando o nosso sistema solar, na mais absoluta escuridão, por conseguinte, frio e desprovido de vida. A Terra ficaria na mesma situação dos demais astros do nosso sistema solar, sem quaisquer possibilidades de vida nos moldes em que hoje ela existe.
Mesmo que nossas efêmeras existências, e das futuras gerações de viventes deste planeta, estejam infinitamente aquém do fim do mundo preconizado pela Ciência causa-nos profunda depressão esse vaticínio, pois toda a vida e toda história terrestre ficarão sepultadas e perdidas na poeira cósmica. Talvez alguns arquivos e alguns bancos genéticos possam ser transportados para algum outro planeta compatível com as características terráqueas, dando continuidade aquilo que aqui foi desenvolvido.
Fica a incógnita se o Juízo Final se dará antes, durante ou depois da treva definitiva e total que prevê a Ciência. Religiosos e ufólogos falam em arrebatamento de um terço da humanidade. O espiritismo fala daqueles que serão exilados para um planeta primitivo. Vale a pena ler trecho do livro bíblico de Apocalipse, que fala desse tribunal de Deus.
Que tipo de existência poderia haver na escuridão ? Como todo tipo de resposta pode ser encontrado na Bíblia, vamos registrar aqui alguns versículos de Apocalipse 22: “ Então me mostrou o rio da água da vida, claro como um  cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro... Ali não haverá mais noite. Não necessitarão da luz de lâmpada, nem da luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará. E reinarão para todo o sempre”.