A luz e a escuridão

Publicado em 15/12/2015 - paulo-botelho - Da Redação

A luz e a escuridão

Quando acendemos a luz, sabe-se que ela viaja a 300.000 quilômetros por segundo. Einstein já a calculara nos anos vinte. Por essa razão, nos habituamos logo à claridade. Não nos espantamos com a rapidez com que um ambiente se ilumina. Mas, e quando a luz se apaga? – Ao ir até à cozinha, no escuro, quebramos o nariz na geladeira antes de abrir sua porta! Por quê demoramos a acostumar os olhos quando a luz se apaga? – Simples: Porque não sabemos com que velocidade viaja a escuridão. Na realidade, Einstein estivera mesmo preocupado com a velocidade da escuridão. Como notável humanista ele se preocupou mais com a ignorância e a estupidez dos seres humanos. – Existe escuridão maior?

Quem me lê – ou como eu mesmo – deve estar em estado de torpor com os últimos espetáculos trágicos ocorridos na Câmara dos Deputados e em suas respectivas comissões. O caro leitor chegou a observar nas cenas filmadas pelas tvs como os protagonistas são jovens? – A maioria está na faixa dos 35 anos. William Faulkner, escritor americano, dizia que a angústia do mundo é causada por pessoas entre os 20 e os 40 anos de idade. Espero que o jovem leitor não se aborreça com a constatação de Faulkner, mas que seja sempre uma exceção.

O que ocorreu por lá, semana passada, é tema de análise para o psiquiatra forense Guido Palombo. Acho que Palombo não hesitaria em mandá-los para os manicômios judiciários; especialmente o presidente Eduardo Cunha, um tenebroso psicopata.

Estamos numa contramão muito perigosa. Não são os fins que estão justificando os meios; mas ao contrário: as práticas desses meios indignos é que estão corrompendo e envelhecendo os fins.

Paulo Augusto de Podestá Botelho é Consultor de Empresas e Escritor. www.paulobotelho.com.br