De um Filho de Mulher

Publicado em 07/03/2016 - paulo-botelho - Da Redação

De um Filho de Mulher

Metade da humanidade é constituída de mulher; a outra metade de homens, filhos de mulher. – E eu sou um deles.

Quando ainda menino, eu ficava a observar aquelas mulheres que trabalhavam na oficina de costuras de minha mãe; a pregar botões, a arrematar costuras, a contar segredos e a trocar risos e lágrimas. – E hoje eu penso, cá com os meus botões: elas não estavam apenas pregando botões ou arrematando costuras; estavam costurando a própria vida. – Naquele tempo, no início de minha idade escolar, eu já aprendera a identificar as pessoas e sua torpeza.

Acho que a política deveria ser tirada das mãos dos homens. Homens deveriam continuar produzindo máquinas, equipamentos, dispositivos; as mulheres é que decidiriam o que desenvolver e produzir. Elas são mais sensatas. Nunca teriam permitido o sequenciamento da energia nuclear que já causou imensas tragédias por esse mundo afora.

Homens se estressam mais que as mulheres. Elas são mais expressivas: riem mais, choram mais, amam mais. – Se nós os homens soubéssemos o que as mulheres falam a nosso respeito, quando se reúnem, seria o fim da humanidade.

Machado de Assis provou que a um homem é possível escrever, com delicadeza, sobre a alma feminina sem vestir saias. Ao criticar o comportamento masculino de seus varões imaginados, mostrou como eles são secundários. – É só ler um de seus melhores contos: Missa do Galo.

Pepe Guardiola, considerado o melhor técnico de futebol do mundo contou o segredo de seu sucesso: "Sou como uma mulher; sei pensar em mais de uma coisa ao mesmo tempo!"

Ah, quase que ia me esquecendo: os políticos – todos eles – também sabem costurar; só que as meias verdades!

Paulo Augusto de Podestá Botelho é Consultor de Empresas e Escritor. www.paulobotelho.com.br