Publicado em 02/05/2016 - paulo-botelho - Da Redação
A gente lê para poder perguntar; e até para resolver problemas que, por exemplo, a medicina não consegue resolver. Há cerca de 200 anos, o filósofo francês Denis Diderot curou a depressão de sua mulher lendo para ela livros excitantes. Além de escrever uma enciclopédia, Diderot inventou a biblioterapia. A biblioterapia pode ser entendida como a prescrição de materiais de leitura com função terapêutica. Sua prática pode ser utilizada como um importante instrumento para o restabelecimento psíquico de pessoas com transtornos emocionais. – É um processo que começa com a análise do problema, identifica por qual dificuldade uma pessoa passa e define as leituras que possam ajudar em seu enfrentamento.
Mário Quintana, poeta e escritor, dizia que os livros não mudam o mundo; quem muda o mundo são as pessoas, os livros só mudam as pessoas. – Sim, concordo com Quintana, mas só quando as pessoas podem ou querem ler.
E onde se encaixa o escritor, aquele que produz os livros? – Às vezes acho que não se encaixa em lugar nenhum nessa Botocúndia do mestre Monteiro Lobato. É muito difícil escrever por aqui onde quase ninguém lê: os pobres porque não têm os meios necessários; os ricos porque não tem vontade ou interesse. – Ah, e os políticos, especialmente aqueles do domingo do impeachment; o que fazem para mudar? – Ora, esses são os medíocres que estão sempre no seu máximo. Melhor dizendo: trabalham com afinco em tudo o que deve ser mudado para que tudo fique no mesmo lugar.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Consultor de Empresas e Escritor. www.paulobotelho.com.br