O UNIVERSO E AS CIVILIZAÇÕES INTELIGENTES

Publicado em 03/12/2010 - paulo-botelho - Paulo Botelho

Às vezes, fico triste com a vida, seus percalços, dificuldades e surpresas desagradáveis. Aí, tento procurar enxergar este planeta de fora dele. Assim como os astronautas: de lá, de suas naves espaciais, ou da lua, como testemunharam vários deles, a Terra é visível em azul e branco, singela e hospitaleira! Daquela perspectiva, ela emerge como terceiro planeta de um sol que é apenas um entre 100 bilhões de outros do universo. Universo que, possivelmente, é apenas um entre outros milhões paralelos e diversos do nosso. E tudo segue com tal organização que permite a nossa existência. Caso contrário, não estaríamos mais por aqui. O astrônomo russo Nikalai Kardashev e o físico americano Freeman Dyson criaram um sistema denominado Esquema de Classificação de Civilizações. Tem sido utilizado para classificar possíveis civilizações extraterrestres com base na maneira como elas produzem, consomem e reciclam a energia necessária para sobreviver. Vou resumir o sistema que tem 4 tipos básicos:
Tipo 1  - São aquelas civilizações que ainda utilizam métodos primitivos de produção de energia, baseados na queima de combustíveis fósseis, nucleares e alternativos, com comprometimento do meio ambiente. Ainda mantêm estruturas segmentadas de cultura, religião e política. Não conseguiram se livrar de seus conflitos raciais, preconceitos e desavenças. Podem estar na iminência de se autodestruírem, antes de atingir uma situação Tipo 2. A Terra é um exemplo dessa categoria.
Tipo 2  - São as civilizações que dominaram as formas energéticas de seu planeta e tem capacidade de modificar seu clima, minerar seus oceanos ou extrair energia diretamente do núcleo de seus mundos. As necessidades de uma raça desse tipo seriam tão grandes que precisariam utilizar recursos energéticos de todo o seu globo. A utilização e gerenciamento de recursos nessa escala requer sofisticado grau de cooperação e comunicação entre seus habitantes. Isso significa que tal tipo de civilização já pode ser chamada de planetária. A maior parte de seus conflitos raciais, preconceitos e desavenças deve estar resolvida.
Tipo 3  - São as civilizações que teriam esgotado os recursos energéticos de seus planetas devido à sua grande demanda. Por isso, passaram a dominar a energia de sua estrela principal para obter o que necessitam. Freeman Dyson especula que “construindo uma gigantesca esfera em torno das estrelas que orbitam, civilizações deste tipo podem utilizar sua produção total de energia”. Também podem ter iniciado a exploração de sistemas estelares próximos. 
Tipo 4  - São as civilizações manipuladoras de espantosa quantidade de energia e podem ter esgotado a produção de uma única estrela, estando agora em busca de sistemas e aglomerados estelares por todo o universo a fim de suprirem sua enorme demanda. Elas já resolveram suas possibilidades de locomoção interplanetária. Naves construídas com fantástica formulação aerodinâmica dotadas de propulsão eletromagnética realizam percursos na Escala Mach. 20-40, isto é, 20 a 40 vezes a velocidade do som, portanto hipersônicas. No nosso caso, Tipo 1, somente é possível locomover na Escala Mach. 2-5 (2 a 5 vezes a velocidade do som), portanto supersônica, mas com utilização de problemáticos propelentes sólidos ou líquidos como combustível.
Astrônomos americanos anunciaram, recentemente, a descoberta de um planeta, semelhante a Júpiter, na órbita de uma estrela muito semelhante ao Sol e a apenas 90 anos-luz da Terra. Um vizinho, do ponto de vista cósmico. É mais um indício de que sistemas planetários, como o nosso, são uma constante no Universo. Afinal, como dizia o astrônomo Sagan: “Não estamos sozinhos no Universo”.