Publicado em 09/01/2017 - paulo-botelho - Da Redação
Ele se chama Baloubet du Rouet. Não é o nome de um vinho francês, tampouco de um perfume da mesma procedência; mas de um cavalo. Não um pangaré qualquer, mas um alazão da raça Sela Francês, ideal para provas de saltos com obstáculo.
Baloubet nasceu em 1989 e está aposentado desde 2007; vive em um haras próximo a Lisboa. – “Se ele levar um coice da égua na hora do acasalamento, ele pode ficar aleijado para sempre!” – É o que diz o seu dono, o milionário português Diogo Coutinho, mas Baloubet continua dando lucros: uma ampola de seu sêmen custa 12 mil euros.
Seu adestramento foi feito sem maus-tratos (chicotadas, esporadas), mas com alfafa fresca, rabanete, alho poró, inhame, cenoura, aveia e mel; sobretudo afeto e carinho.
Montado pelo brasileiro Rodrigo Pessoa, Baloubet du Rouet foi campeão olímpico em 2004 em Atenas, mas na olimpíada de Sidney refugou. Ele era o favorito para a Medalha de Ouro, mas refugou no obstáculo e perdeu a Medalha. – Quem viu a cena não se esquece: em seguida ao refugo, Rodrigo apeou e beijou o focinho do cavalo. – O gesto foi muito aplaudido.
Quando contei este fato para um sujeito, na verdade um sujeitinho, ele redarguiu dizendo: “Esse cavalo bem que merecia uma boa surra. - Ah se fosse lá em Pinhalzinho que fica perto de Bragança Paulista!”
São Pedro negou Jesus por três vezes; Baloubet se negou a pular o obstáculo uma vez. – Ambos continuaram a ser amados pelos seus chefes!
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Consultor de Empresas e Escritor. www.paulobotelho.com.br