Publicado em 07/11/2016 - paulo-botelho - Da Redação
Foi a partir do começo de sua existência que o ser humano percebeu que, para sobreviver, precisava dominar algumas tarefas como plantar e colher alimentos, construir moradias e fazer armas, entre outras. Tais atividades exigiam muito esforço. Assim, os indivíduos mais fortes ou detentores de poder perceberam que podiam obrigar os mais fracos a executar tais tarefas. Impõe-se, assim, o trabalho escravo; que está presente na história da humanidade. Em civilizações consideradas avançadas como a egípcia, a grega e a romana, os ricos chegaram à conclusão de que não deveriam trabalhar muito; melhor dizendo: não deveriam trabalhar nada. Assim, senhores feudais ou governantes possuíam escravos para diversas tarefa s, inclusive escrever, pois a maioria deles era constituída de analfabetos. - Tais senhores eram dotados de cabeça, tronco e rabo bem comprido!
Na Idade Média teve início o aprendizado de ofícios que os artesãos promoviam ensinando seus filhos e depois outros jovens das propriedades dos senhores feudais. Aos poucos, escolas foram surgindo fora dessas propriedades formando cidades ou burgos; daí o termo burguesia.
Mais para o final da Idade Média, aparecem as primeiras fábricas movidas por rodas d’água ou por moinhos de vento; daí a existência até hoje do termo mills (moinhos) para fábricas. – Ah, o meu livro “Moinhos de Vento”; bem que está precisando de ventos mais fortes no mercado editorial!
Essas primeiras fábricas, instaladas em áreas urbanas, principalmente em Londres e Liverpool foram os berços da Revolução Industrial. Nelas havia necessidade de carvão para as caldeiras, além do aquecimento doméstico; o que deu origem ao desenvolvimento da indústria de extração do carvão com o emprego abusivo de mão-de-obra infantil. Pequeninos, eles podiam entrar com facilidade dentro dos túneis. Além de salários reduzidos, aparecem “generosamente” as primeiras “leis” de proteção ao trabalhador que restringia a 16 horas diárias o trabalho das crianças. Mas é a partir do Século XX que aparecem as primeiras grandes fábricas e os efeit os do trabalho sobre a saúde do trabalhador, embora no Século anterior alguns cientistas tenham descrito de forma sistemática as doenças provenientes de algumas profissões como, por exemplo, a Silicose – doença pulmonar causada pelo pó de Sílica, matéria prima de marmorarias, além do Amianto que tem, no Brasil, os seus onipresentes defensores.
No Brasil, são encontradas ainda hoje empresas com processos produtivos de padrão medieval, com pouca ou nenhuma preocupação com a saúde do trabalhador; ou sem direcionamento de recursos para a introdução de qualquer medida de controle, persistindo-se o trabalho escravo. Entretanto, há um outro lado: a existência de empresas com processos avançados de tecnologia e de produção limpa e que levam em conta a saúde do trabalhador.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Consultor de Empresas e Escritor. www.paulobotelho.com.br