Publicado em 29/08/2020 - politica - Da Redação
O deputado estadual Cássio Soares, relator da matéria da Reforma da Previdência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), entregou na tarde da quarta-feira, 27 de agosto, durante a reunião da Comissão Especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, o relatório com modificações em relação ao texto enviado pelo governador. O texto contém alterações significativas em relação à proposta enviada pelo governador Romeu Zema e atende a reivindicações feitas pelos servidores.
Entre as principais mudanças, estão a redução na idade mínima para aposentadoria das mulheres, normas de transição mais justas para o servidor que está há pouco tempo de se aposentar e o impedimento de cobrança aos pensionistas e inativos que recebem salário abaixo do teto do Regime Geral. Outra mudança proposta é a imposição de uma trava constitucional para que a Contribuição Extraordinária só aconteça mediante aprovação de Lei específica para esse fim, submetida à apreciação da Assembleia Legislativa.
"Por meio do diálogo, que sempre prezei desde que assumi a responsabilidade como relator dessa PEC, procurei elaborar um texto justo para os servidores públicos e eficiente para equilibrar as contas", afirmou o parlamentar.
MUDANÇAS
Uma das mudanças que o relatório do deputado traz é sobre
o tempo de contribuição dos servidores. O projeto do governo previa um aumento
na idade mínima de sete anos para as mulheres, que poderiam, naquele caso, se
aposentar aos 62 anos, e de sete anos para os homens, que se aposentariam com
65 anos. A modificação proposta é que o aumento para mulheres e homens seja
igual, de cinco anos para ambos os sexos, caso em que as mulheres poderão se
aposentar com 60 anos e os homens, com 65 anos.
"As pessoas fazem um planejamento de vida ao longo
da carreira. Não podemos permitir que ele seja todo colocado na lata de lixo.
Precisamos estar atentos quanto às regras de transição", afirma ele.
Se a cobrança sobre os aposentados não for suficiente
para o equilíbrio das contas, o texto do parlamentar mantém a proposta do
governo que autoriza contribuições extraordinárias para servidores ativos,
aposentados e pensionistas. Porém, inclui uma trava constitucional que proíbe o
Governo de cobrar tal alíquota extraordinária, caso o estado esteja em situação
de grave crise financeira, sem a autorização da Assembleia. Ou seja, sem
aprovação de lei específica, a alíquota extraordinária não pode ser instituída.
Além disso recomenda que ela deverá incidir sobre a parcela remuneratória que
supere o teto do INSS, da mesma forma como a sistemática de cobrança sobre os
proventos dos inativos e pensionistas.
O parecer à PEC 55 foi aprovado, sendo que ao todo foram 16 propostas de emendas ao texto do relator. Dessas, 04 foram incorporadas ao relatório e 12 rejeitadas pela Comissão Especial por serem incompatíveis. Agora, a Reforma da Previdência será votada em 1º Turno na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, prevista para acontecer na próxima terça-feira, já que o prazo para votação da reforma é até o dia 30 de setembro. Caso a data não seja cumprida, a União poderá cortar repasses voluntários de recursos públicos feitos ao Estado.
ASCOM