Publicado em 24/01/2011 e atualizado em 24/01/2011 - regiao - Assessoria de Comunicação
Em Poços de Caldas (MG), ruas, zona rural, salas de concerto, praças, hospitais e uma leva de lugares onde dificilmente se imaginaria a presença de música erudita receberam, ao longo de duas semanas, a presença de músicos de todo o Brasil e diversas partes do mundo. Transformando o sul de Minas Gerais na capital brasileira da música clássica em janeiro, a 12ª edição do Festival Música nas Montanhas chega ao fim. O evento, que começou no dia 9 de janeiro, terminou no sábado (22). O evento contou com mais de 40 concertos gratuitos, a Orquestra Sinfônica do Festival foi a grande atração. O espetáculo aconteceu às 20h30, no teatro da Urca, sob regência do maestro Jean Reis. Ao longo de todo dia, no entanto, diversas apresentações também aconteceram levando música erudita à população.
Para o concerto final, o repertório exigiu dos músicos dedicação especial. O Concerto Nº1 para Piano e Orquestra, de Liszt e a Sagração da Primavera, de Strawinsky integram o programa proposto. A regência é do maestro Jean Reis.“Estamos recebendo alunos de nível elevado, o que faz com que a Orquestra Sinfônica possa executar um repertório diferenciado. Nossa preocupação com a qualidade, tanto pedagógica quanto dos programas apresentados nos concertos, nos leva à proposta de um repertório bastante significativo na literatura de música do século passado para o espetáculo de encerramento. Além disso, temos conosco um solista de primeira grandeza dentro do cenário internacional, o pianista Guigla Katsarava”, disse o maestro.
Proposta
O evento promove oficinas de aperfeiçoamento em música erudita e instrumental, para todos os instrumentos de orquestra, incluindo percussão, saxofone, harpa e piano, além das oficinas de regência orquestral, coral e improvisação. Também fazem parte do programa, oficinas canto repertório e ópera estúdio. O Festival promove ainda intercâmbio com a University of Southern Mississippi oferecendo bolsas de estudo a alunos selecionados.
“O Festival tem tido um crescimento substancial desde sua primeira edição. Mas, o mais importante é que temos reunido um grupo de músicos de um preparo muito diferenciado, tanto musical quanto como seres humanos. Isso faz com que o clima de trabalho chame a atenção pela harmonia e qualidade”, informou Reis.
Além de contribuir para a formação de profissionais especializados em música erudita, o FMM visa expandir a cultura musical para fora dos grandes centros e incentivar a troca de experiências. A programação é dividida em três séries de concertos: Noturnos, Casa da Cultura e série de Concertos Especiais. Esta última tem apresentado uma ideia de descentralização e contrapartida social ainda mais audaciosa. Hospitais, asilos, igrejas, restaurante popular e uma leva de lugares diferenciados tornam-se palco de apresentações marcadas pela emoção do público, que, em circunstâncias especiais, não poderia ou não tem o hábito de frequentar salas de concerto.
“É uma proposta magnífica e, sobretudo diferenciada, já que a direção do Festival tem a preocupação de, além dos concertos no teatro, levar música clássica a quem não tem a oportunidade de conhecê-la”, disse o artesão Ludgero Borges, que estava presente no Restaurante Popular em um dos concertos especiais.
Idealizado em 1999, o Festival Música nas Montanhas tem como objetivo unir a qualidade pedagógica das oficinas à possibilidade de ampliar o acesso do público à música erudita.
“Hoje o FMM é considerado um dos mais importantes eventos do gênero no país. Sem o irrestrito apoio do poder público e da população de Poços de Caldas, que desde o início, acreditou, investiu e apoiou essa iniciativa, não seria possível uma trajetória de tanto êxito”, ressaltou a diretora administrativa do evento, Raquel Mantivani.
Na programação de Encerramento ocorrida no sábado (22), os concertos levaram música erudita, às 15h, ao Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas, às 17h a Classe de Piano do Festival mostrou o resultado do trabalho com concerto especial, fechando a Série Casa da Cultura.
Às 18h, a Cia Bella de Artes recebeu a ópera Ecco Fatto, com alunos da classe de Estúdio Ópera, dirigidos pela professora Regina Helena Mesquita, e para finalizar em grande estilo o evento - que modificou a paisagem da cidade ao longo de duas semanas - às 20h30 a Orquestra Sinfônica do Festival realizou concerto, no Teatro da Urca, sob a regência do maestro Jean Reis, que levou como convidado especial o consagrado pianista norte-americano Guigla Katsarava.

Regência: Jean Reis