Carmo dá inicio a curso em comemoração ao Dia Municipal do Doce

Publicado em 27/10/2011 - regiao - Assessoria de Comunicação

A Prefeitura de Carmo do Rio Claro deu inicio na quarta-feira 26 de outubro, ao curso de doces. O curso acontece pelo segundo ano consecutivo e nesta edição será realizado em uma parceria entre Prefeitura, Departamento de Ação Social, Departamento de Desenvolvimento Local e CVT (Centro Vocacional Tecnológico).
As aulas teve inicio na quarta-feira com cerca de 30 alunos inscritos e acontecem no CIAR (Centro de Integração e Aprendizagem Rural), da APAE carmelitana. As aulas acontecerão em dois períodos, sendo de 08h00min as 11h00min e de 15h00min as 18h00min.
A história dos doces de Carmo do Rio Claro se confunde com a própria história da cidade tendo surgido no famoso Colégio e Escola Normal “Sagrados Corações”, às mãos da estudante Ana Magalhães Vilela, Nicota Vilela, um doce de mamão, muito cristalizado, com alguns sucos. Embora de feitio e desenho rudimentar, ela o achou interessante e guardou-o para mostrar à sua mãe D. Maria de Lima Vilela, residente na fazenda do Cafezal. Maria gostou da idéia e juntamente com sua filha, procurou fazer doce semelhante.
Sr. Adolfo Pio Sobrinho, pai de Nicota, ia auxiliando, fornecendo alguns ferrinhos de pouco corte.
E os doces com desenhos iam surgindo pouco a pouco.
Depois de casada com o Sr. Joaquim Pinto Magalhães, D. Nicota ia esmerando o seu artesanato, pois o Sr. Quincas, como era chamado, ia fazendo ferrinhos mais apropriados em vários formatos (todos cartuchos de metal de balas deflagradas).
D. Nicota, usando as peças confeccionadas pelo marido, recortava os pedaços de mamão, abóbora, formando os mais variados desenhos. Daí para frente a arte crescia nas mãos de D. Nicota.
No casamento de sua sobrinha Maria de Lourdes, ela deslumbrou todos os convidados, quando foram servidas as bandejas com os belos e gostosos doces: fita de côco em formato de rosa-flor, tronquinhos de árvores, bolinhas de côco, doce de banana, figo, abacaxi, laranja, maracujá, etc.
As encomendas iam chegando com intensidade sempre maior.
Os doces de D. Nicota começaram a atravessar fronteiras não somente no município como também do Estado e até do País, indo para a França, Itália, Inglaterra.
O doce arte, foi-se difundindo aqui, ali, acolá e hoje espalhou-se por toda a cidade.
É trabalhado com esmero e perfeição cada vez maior. Nasceu assim o artesanato dos doces carmelitanos cuja fama continua elevando o nome de Carmo do Rio Claro.
De acordo com a Prefeita Cida Vilela, o curso de doces realizado pela administração é uma forma de valorizar essa cultura tão prestigiada mundialmente e principalmente preservar e garantir que essa tradição seja repassada e não acabe, “Carmo é uma cidade privilegiada por ter um dia dedicado ao seu doce, especialmente sendo esse dia 05 de novembro que é também aniversário da cidade. Temos prazer em dar oportunidade para que mais pessoas do municipio saibam essa técnica e continuem levando o nome da nossa cidade por muitos e muitos anos”, destaca a Prefeita.
Cida ressalta ainda a importância comercial de se valorizar a produção dos doces carmelitanos, “sabemos que muitas familias sobrevivem com renda do doce e do artesanato e queremos dar condições de melhorar essa renda e ampliar o número de pessoas que hoje trabalham nessa área”, finalizou.
Recentemente os doces bordados de Carmo do Rio Claro tiveram repercussão internacional ao serem elogiados pelo presidente americano Barack Obama em visita ao Brasil onde foram servidos os doces carmelitanos aos chefes de Estado reunidos em Brasilia.