Carmo do Rio Claro – Capital mineira do artesanato

Publicado em 28/04/2011 - regiao - Assessoria de Comunicação

Com um visual inovador, montado de forma aconchegante na Praça D. Maria Goulart no centro da cidade, a feira de artesanato da associação “Balaio Mineiro” surpreendeu a visitantes e organização. O evento aconteceu durante o período de feriado da semana santa, entre os dias 20 e 24 de abril. Durante a feira os visitantes puderam conhecer melhor o trabalho desenvolvido pelos expositores de Carmo do Rio Claro e das 14 cidades participantes da associação.
O local escolhido para exposição do material, montado sobre tendas na praça D. Maria Goulart agradou em cheio a todos os participantes.
Segundo a representante do Balaio Mineiro na cidade e também secretária da mesma associação, Regina Bueno, a data escolhida juntamente com o potencial turístico de Carmo do Rio Claro, proporcionaram à feira ser uma das melhores das 48 edições já realizadas. Em visita à feira no fim da tarde de sábado, a Prefeita Cida Vilela (PR), foi bastante elogiada pelos expositores e pelo público presente.
De acordo com Regina, a maioria dos stands na tarde de sábado já tinha vendido quase 90% do material que foi trazido para a feira.
Com mais de 90 associados, Carmo é considerada hoje a capital mineira do artesanato, “temos hoje na cidade mais de 2.000 pessoas trabalhando só na tecelagem, isso reflete na economia e turismo do município”, disse a Prefeita Cida Vilela.
Com a cidade lotada por turistas de diferentes localidades, a feira teve mais de 10 mil visitantes e já tem data marcada para 2012.

Doces
Surgiu no Colégio “Sagrados Corações”  às mãos da estudante Ana Magalhães Vilela, Nicota Vilela, um doce de mamão, muito cristalizado, com alguns sucos. Embora de feitio e desenho rudimentar, ela o achou interessante e guardou-o para mostrar à sua mãe D. Maria de Lima Vilela, residente na fazenda do Cafezal. Maria gostou da idéia e juntamente com sua filha, procurou fazer doce semelhante. Sr. Adolfo Pio Sobrinho, pai de Nicota, ia auxiliando, fornecendo alguns ferrinhos de pouco corte. E os doces com desenhos iam surgindo pouco a pouco.
Depois de casada com o Sr. Joaquim Pinto Magalhães, D. Nicota ia esmerando o seu artesanato, pois o Sr. Quincas, como era chamado, ia fazendo ferrinhos mais apropriados em vários formatos. D. Nicota, usando as peças confeccionadas pelo marido, recortava os pedaços de mamão, abóbora, formando os mais variados desenhos. Daí para frente a arte crescia nas mãos de D. Nicota. No casamento de sua sobrinha Maria de Lourdes, ela deslumbrou todos os convidados, quando foram servidas as bandejas com os belos e gostosos doces: fita de côco em formato de rosa-flor, tronquinhos de árvores, bolinhas de côco, doce de banana, figo, abacaxi, laranja, maracujá, etc.
Os doces de D. Nicota começaram a atravessar fronteiras não somente no município como também do Estado e até do País, indo para a França, Itália, Inglaterra.
Nasceu assim o artesanato dos doces carmelitanos cuja fama continua elevando o nome de Carmo do Rio Claro.

Tecelagem
O tear desde os tempos mais remotos foi usado para a fabricação de tecidos com os quais se faziam roupas de cama, mesa e vestuário. Os fios eram extraídos do algodão ou do carneiro. Depois, o processo de lavar, cardar, fiar e tecer. Existia como também hoje o processo da tintura usando-se raízes, cascas ou folhas de ipê, coqueiro, argila, pau-brasil, quaresminha, etc. A tecelagem sempre foi uma das atividades predominantes tanto na cidade como nas fazendas, desde o tempo da escravidão. :Em nossa cidade, temos hoje colchas, toalhas tecidas há mais de 100 anos e do mais apurado capricho e amor pela arte de tecer. As toalhas para lavabo de Carmo do Rio Claro têm tradição que remonta a época da escravatura. Quando bordadas à mão, uma por uma, em ponto de cruz, e suas franjas amarradas fio por fio em abrólio tornam as toalhas exclusivas e sem similar em todo o Brasil.