Publicado em 26/08/2016 - regiao - Da Redação
Deputado Arantes critica corte nos gastos com Segurança por parte do Governo
A pedido do deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSDB) foi realizada pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa (ALMG), na terça-feira (23/8/16), audiência pública que tratou do aumento da criminalidade em Carmo do Rio Claro e cidades vizinhas. Na reunião, produtores rurais, empresários, bancários e autoridades do município solicitaram aos deputados da Comissão que cobrem do governo mais efetivo policial e investimento nas forças de segurança na região.
O deputado Arantes alertou que a criminalidade no campo e na cidade cresce e o governo não tem feito os investimentos necessários para o combate. Ele avalia que o Estado aumenta impostos e não dá retorno para a sociedade. "O êxodo rural no Sul de Minas é consequência da violência no campo. Os bancários da região também estão preocupados e apreensivos", lembrou.
Em sua fala, o parlamentar destacou que já propôs por meio do Projeto de Lei 3.749/16, de sua autoria, a criação de um Plano Estadual de Segurança e Defesa no Campo, com o objetivo dedirecionar mais recursos para esse fim. Arantes fez questão de agradecer o empenho do presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Sargento Rodrigues (PDT), que acolheu o seu pedido de audiência e participou da reunião.
Sargento Rodrigues citou dados que mostram a redução no aporte financeiro do governo estadual em segurança pública. Ele afirmou que houve redução no investimento para a Polícia Civil de R$ 36 milhões para R$ 4 milhões, entre os anos de 2014 e 2015, e de R$ 150 milhões para R$ 95 milhões no custeio, no mesmo período. Em relação à Polícia Militar, a queda teria sido de R$ 48 milhões, em 2014, para R$ 9 milhões, em 2015, em investimento, e de R$ 314 milhões para R$ 166 milhões no custeio.
CIDADÃOS COM MEDO DA VIOLÊNCIA COBRAM INVESTIMENTOS DO GOVERNO
O crescimento de assaltos a bancos, explosões de caixas eletrônicos e até sequestros de gerentes de agências bancárias têm assustado a comunidade de Carmo do Rio Claro. O presidente do Sicoob Credicarmo, Rodrigo Reis, disse que a cooperativa está presente em mais de 450 municípios, mas que diversas agências estão sendo fechadas por falta de segurança. Ele relatou que quase foi vítima de um sequestro, escapando por pouco. Segundo Rodrigo, de janeiro deste ano até agora, foram subtraídos R$ 12 milhões em assaltos a mão armada e explosão de caixas eletrônicos.
O aumento dos assaltos a propriedades rurais também tem provocado o êxodo rural, de acordo com o presidente do Sindicato Rural de Carmo do Rio Claro, Tony Reis. "A insegurança na cidade é crítica e na zona rural é assustadora. Todo furto no campo sequer recebe viaturas para lavrar o boletim de ocorrência. Os produtores precisam se deslocar para fazer o registro", explicou.
O gerente da Cooperativa dos Produtores Rurais de Guaxupé (Cooxupé), Luiz Fernando, também destacou que o município é agrícola e os produtores rurais estão com medo. Assim como os demais, ele pediu que haja mais investigação e investimento em segurança pública na região.
O representante dos empresários de Carmo do Rio Claro, Rogério Iunes, reforçou a informação, ao dizer que já foi assaltado nove vezes e a Polícia Militar não tem, muitas vezes, viaturas para fazer o atendimento. "A cidade está abandonada", lamentou.
O prefeito de Carmo do Rio Claro, Sebastião Cézar Lemos, explicou que os convênios com as Polícias Civil e Militar estão prejudicados e os registros de roubos são quase diários. O presidente da Câmara Municipal de Carmo do Rio Claro, vereador Wilber Pitol Moura, lamentou o fato de a cidade enfrentar uma situação que é reflexo do que vem acontecendo em todo o Estado.
Diante deste cenário, o procurador de Justiça da cidade, Bruno Freitas, defende que sejam enviados novos policiais concursados para a região. Ele pediu aos deputados que auxiliem no processo de negociação com o Executivo, tendo em vista que novas turmas de profissionais estariam encerrando seu treinamento.
O representante da OAB de Carmo do Rio Claro, João Régis David, entende que o governo estadual está engatinhando no que se refere à defesa social e que a sociedade mal tem sido atendida em suas necessidades básicas. "As populações do campo e da cidade estão expostas aos criminosos. Faltam efetivo e viaturas", completou o advogado.
POLÍCIA CIVIL DEFENDE MAIS EFETIVO E APRESENTA ALTERNATIVAS
Responsável pelo atendimento a 55 municípios e mais de um milhão de habitantes no Sul de Minas, o chefe da Polícia Civil de Poços de Caldas, Bráulio Stivanin, afirmou que enfrenta o problema da falta de efetivo policial e estrutura com esforço e planejamento. De acordo com ele, os crimes contra o patrimônio, em especial assaltos a bancos e explosão de caixas eletrônicos, vêm crescendo, mas, em compensação, os homicídios apresentam queda. "Têm sido feitas investigações com bons resultados no que se refere a assaltos a bancos, mas as divisas estão abertas e a região é próxima ao Estado de São Paulo, de onde também vêm quadrilhas de criminosos", salientou.
O delegado de Polícia Civil de Alfenas, Thiago Gomes Ribeiro, acredita que o diagnóstico é claro: a polícia padece de ausência de efetivo e investimento para custeio. Hoje, relatou, há apenas dois investigadores na cidade, mas, mesmo com esta dificuldade, tem realizado operações, que vêm prendendo criminosos envolvidos em explosão de caixas eletrônicos. "Os bandidos são perigosos e estão muito bem equipados. Não estamos conseguindo prevenir de forma adequada, mas estamos tentando atuar da melhor forma possível", concluiu o delegado.
Assessoria de Comunicação Deputado Estadual Antônio Carlos Arantes