
Carmo do Rio Claro ganha agora mais um Museu com a inauguração do Museu “Carlota Pereira da Silva”. A solenidade de inauguração reuniu autoridades, familiares e amigos do idealizador do Museu, Dr. Edgar Pereira da Silva, em sua casa na noite do sábado (27).
O Museu Carlota Pereira da Silva está localizado à Praça Tito Carlos Pereira, no centro de Carmo do Rio Claro. A história da cidade, da região e de Minas Gerais se faz presente em todos os cantos deste espaço cultural inédito. São mais de 1.000 mil peças entre objetos, pinturas, fotografias e utensílios da família do mentor do projeto.
Momentos antes do corte das fitas que marcaram a inauguração do Museu, o médico carmelitano, Edgar Pereira falou sobre a emoção de poder contribuir com a cultura de sua cidade natal, “é uma emoção que jamais conseguirei encontrar meios para demonstrá-la, me gratifica muito ter condições de contribuir para valorizar a história da minha cidade”, disse.

Edgar citou ainda o motivo do Museu ter sido construído aos fundos da sua residência, “hoje o Brasil e o mundo estão vivendo um momento de preocupação com o meio ambiente, e a construção desse museu aqui é tão somente para aproveitar o ambiente da melhor forma possível, incluindo ajudando a preservar a cidade”, justifica.
“Ser carmelitano é saber valorizar a nossa cultura tão rica que hoje se sobressai e se torna grande diferencial, não só através de projetos deslumbrantes, mas principalmente sabendo valorizar a simplicidade”, completa Edgar.
A Prefeita Cida Vilela (PR), esteve presente na solenidade e cortou a fita juntamente com o responsável pelo Museu, Cida fala da satisfação em estar a frente do Executivo num momento de tamanha valorização cultural do município, “me enche de orgulho poder de participar de momentos que já fazem parte da história de Carmo do Rio Claro”, diz a Prefeita.

“Dr. Edgar mesmo residindo em São Paulo não esqueceu suas raízes e é através de pessoas comprometidas com a história e tradição de suas origens, que a produção cultural da saga da humanidade é preservada, perpetuada e divulgada, através dos tempos”, ressalta Cida Vilela.
Além das autoridades presentes, a inauguração do Museu contou com a ilustre apresentação do ator e cantor Cláudio Fontana, renomado cantor da Jovem Guarda.
Cláudio Fontana elogiou a Prefeita Cida Vilela, “Carmo do Rio Claro tem a prefeita mais bonita do Brasil”, disse o artista.
A curadoria do Museu ficará sob o comando de Jaqueline Santana Silva Lemos, com vasta experiência administrativa. Jaqueline possui conhecimentos museológicos e ainda realizou diversas viagens pelo Brasil e exterior onde visitou vários museus.
O museu é dividido por salas e cada uma recebeu um nome da família de Tito Carlos Pereira, avô de Edgar, que já foi prefeito do município. Na Sala “Ana Pereira” o visitante dá de cara com o projetor de cinema do Cine Guarany, que existiu na cidade em décadas atrás, além de máquinas de escrever, gramofone, rádios, fotografias antigas, entre outros objetos. No teto, Edgar pintou a “Arte” em placas de espuma paper de 1 x 1,5 metros que foram coladas no alto.

Há ainda a sala “Maria Tito”, dedicada à arte e a música com um piano alemão que a família de Edgar adquiriu em 1926, além de outros instrumentos antigos como: acordeon, bandolim e cavaquinho. Uma cadeira de estilo renascentista italiana dourada chama a atenção do visitante, ela é de origem portuguesa de 1912. No teto desta sala Edgar pintou a réplica da “Sabedoria” de Ticiano de 1559, que está no museu da Itália.
A maioria dos objetos que compõem o acervo do museu estão na sala “Prudenciana Maria da Conceição”. São pinturas alusivas ao momento histórico de 1961, móveis antigos e objetos raros. Na sala “Carmem Romanillos”, no pavimento inferior, é possível ver uma mesa de jantar de uma residência ou fazenda de Carmo do Rio Claro. No teto, detalhes verdes para lembrar as matas e quatorze frutas típicas e originárias da região.
Na “Cozinha Dona Carlota”, inúmeras peças antigas: panelas, frigideiras, bules, xícaras e armários de muitas utilidades. Por fim, na “Despensa Maruca”, apetrechos como: cela com estribos típicos do século passado, berrante, louças, tachos, máquina de costura, rocca, roda de enovelar a lã, entre outros.
Além do museu, o local tem ainda uma igrejinha construída nos fundos deste espaço cultural. A igreja, conforme explica

Edgar, lembra a antiga matriz de Carmo do Rio Claro, demolida em 1961. “Precisava externar o sentimento de revolta. Foi destruída a peça artística mais importante do nosso passado cultural e de nossa formação moral e quis realizar algo similar. Pedreiros a construíram de alvenaria. O altar recebeu desenhos e peças de gesso, as imagens foram feitas de madeiras nobres e as pinturas por mim; todas as composições foram baseadas em pintores barrocos coloniais e renascentistas italianos”, diz Edgar.
A expectativa do organizador para o funcionamento do museu é grande, tendo em vista que o município possui um passado cultural muito forte. “Sinto que estamos resgatando tudo aquilo que Carmo já foi um dia. Um mês atrás foi inaugurado o Museu do Índio. O nosso artesanato é forte e o teatro caminha. A tendência é essa: cultuar cada vez mais todos os aspectos sócio culturais e deixar de ser apenas uma cidade dependente do ruralismo agropecuário”, disse Edgar concluindo.
O museu estará aberto à visitação duas vezes na semana, inicialmente nas terças e sextas-feiras entre 14h e 18 h, em caráter experimental podendo ser modificado.
A Prefeitura poderá auxiliar no agendamento de visitas escolares, catalogação de peças, históricos, estatísticas, limpeza, segurança e pesquisa de interesse da sociedade, porém, após a aprovação do titulo de utilidade pública ao Museu, o que segundo Jaqueline, já está sendo providenciado.