Clube Guaxupé é interditado pelo Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros de Guaxupé interditou, na tarde de quarta-feira, 21 de outubro, o Clube Guaxupé, cuja entidade social encontra-se em desacordo com as normas de segurança, principalmente no que diz respeito a combate de incêndio e pânico. 

A ação das autoridades foi consequência de uma denúncia anônima (181), a qual foi ao encontro de uma recomendação do Ministério Público, feita ao órgão, para que os estabelecimentos públicos e privados que concentram grande número de pessoas sejam rigorosamente vistoriados. A direção do Clube, que foi empossada interinamente em agosto último, por causa de problemas administrativos, ainda não se pronunciou.

O fechamento do Clube aconteceu no período da tarde, quando vários associados estavam em seu interior e foram obrigados a deixar o local. “Foi algo inédito, pois estávamos na sauna e nos foram dados quinze minutos para deixar o lugar”, disse um frequentador. “A gente não está entendendo nada! Vim para tomar café da tarde e dei com a ‘cara na porta’”, reclamou outro, na entrada. “A diretoria tem que nos explicar o que está acontecendo, pois este clube é um patrimônio histórico do Município e, além do mais, nós contribuímos com ele”, complementou outro (os três entrevistados pediram para não serem identificados).

Com o prazo de 24h para cumprirem a denúncia, os bombeiros fizeram uma minuciosa vistoria no Clube: “O local sofreu intervenções de modificações em sua estrutura física, as quais não obedeceram o sistema preventivo contra incêndio e pânico. As saídas de emergência foram obstruídas ou modificadas, as escadas não possuem corrimãos, além de que, uma delas, que é feita de material combustível, o que contraria as normas. Foi feita uma mudança na parte debaixo do subsolo, onde colocaram uma rampa com abertura de apenas 1,10m, enquanto o mínimo deve ser 1m65, para que o público saia do local de forma rápida e segura, em caso de uma catástrofe. O salão principal comporta 1.125 pessoas, além do mezanino, com capacidade para 370 pessoas, sendo que a soma destes locais necessita de uma saída de emergência maior que 8m de largura, enquanto o Clube possui abertura de pouco mais de 5m”, informou o sargento Lemos, subecomandante do 4º Pelotão de Bombeiros.

Procurada, a diretoria do Clube Guaxupé não foi encontrada para se explicar. Na verdade, o atual presidente, Antônio Roberto Polito Medeiros, o Tonhão, ocupa o lugar do engenheiro Paulo da Silva Ferreira Filho, o qual deixou a direção da entidade numa situação ainda não esclarecida. Na porta do local, informações obtidas há pouco deram conta de que os dirigentes buscam, junto ao Poder Judiciário, uma liminar que lhes autorize a promover o evento deste sábado: o Guaxu Fest Folia, com open bar, música ao vivo e outras atrações.

Apesar do “corre-corre” da diretoria, os bombeiros acham ser difícil que o evento deste sábado ocorra, no Clube: “O local não oferece medidas de segurança para que este evento aconteça. Foi proposto à diretoria do Clube que, se houvesse interesse, que eles procurassem o Ministério Público e acertassem alguma medida e que um engenheiro responsável pela entidade propusesse ao MP e o Corpo de Bombeiros alguma outra alternativa que oferecesse condições mínimas de segurança para a realização deste evento. Então, não cabe mais nenhum grau de recurso, a não ser aguardar por este documentação”, explicou o sargento Lemos.

Quanto ao retorno do funcionamento adequado do Clube, as autoridades agora aguardaram a execução do projeto de combate a incêndio e a regularização das deformidades apontadas: !O Clube Guaxupé foi notificado a apresentar um projeto de prevenção a incêndio e pânico, num prazo de 60 dias, para que seja avaliado e, depois, executado e, depois, vistoria para, depois, ser liberado pelo Corpo de Bombeiros. Neste período, nenhum tipo de evento, de recepção de público, poderá ocorrer lá. Não poderá haver nenhum tipo de atividade, seja ela recreativa, de cultura, esportiva ou outra. Isto, sob pena de interdição imediata, caso haja desobediência”, finalizou Lemos.

FONTE: CARLOS ALBERTO - JOGO SÉRIO