Publicado em 19/07/2012 - regiao - Da Redação
Cidade é conhecida como capital mineira do artesanato
Em 2012, 59 artesãos participam da 44ª edição, número maior que em 2011 quando 43 expositores estiveram presentes, um aumento de cerca de 40% em relação ao ano passado, “esse número mostra claramente o prestigio e a credibilidade do nosso evento, atraindo cada vez mais pessoas que acreditam no nosso trabalho”, disse Maria Rita Dias de Paula, chefe da Seção de Comércio e Indústria.
cidades que aumentou em mais de 100% em apenas um ano, cidades como Poços de Caldas, Guaxupé, Carnésia, Paraguaçu, Monte Santo de Minas, Itaú de Minas, Alfenas, Conceição da Aparecida, Monte Sião, Varginha, Guaranésia, São Tomás de Aquino e Campinas estão participando da feira, “é um número que deve ser comemorado por todos os envolvidos nesse evento, temos a convicção de que esse novo projeto em que a feira está inserida, nos dará ritmos acelerados de crescimento a cada ano”,
disse Maria Olivia Araújo, chefe da Seção de Turismo.
Associação dos Artesãos e tem como parceiros o COMTUR (Conselho Municipal de Turismo) e a Prefeitura.
Homenagens
Ainda durante a abertura foram homenageadas figuras importantes para o artesanato carmelitano, como:
Laura Monteiro dos Santos – Tecedeira
Teresa de Carvalho – Doceira
Anézia Rosalina dos Santos Freire – Tecedeira
Julieta Prudenciano de Souza – Tecedeira
Teresa Manoela da Silva – Tecedeira
Ana Vilela Magalhães – Doceira
Lazara Magalhães Correia – Tecedeira.
“Jamais havia participado de uma feira com presenças tão ilustres para o nosso artesanato”, comentou Regina Bueno, representante da Associação Balaio Mineiro.
A 44ª Feira do Artesanato de Carmo do Rio Claro vai até o próximo domingo dia 22 sendo de quinta a sábado de 10 as 22h00 e no domingo até as 18h00min.
O inicio da feira...
Tudo começou no ano de 1968 quando nasceu a idéia de se criar a Feira de Trabalhos e Artesanato com o objetivo de incentivar e divulgar o artesanato local.
Nesse ano, em julho, aconteceu a “I Feira de Trabalhos” e a preocupação maior foi mostrar os trabalhos mais bonitos, mais ricos, as maiores habilidades manuais.
Por essa época quase não se teciam as hoje famosas “toalhas de lavabo”, as que apareciam eram tecidas em fio de algodão que era preparado pelas próprias fiandeiras.
A comercialização maior, na época, eram os doces em compota, cristalizados, picles, mantas e cortes da pura lã de carneiro, bordados em linho, enxovais para recém-nascidos…
Em 1971, realizou-se a “II Feira de Trabalhos”, a partir daí a Feira começou a ser realizada anualmente, em julho, e a renda em benefício da educação, aquisição de livros para os alunos.
Incentivou-se, assim, o trabalho em equipe, a cooperação, o aumento da renda familiar, projeção de “artistas”, artesãos que chegaram a representar Carmo do Rio Claro, em São Paulo, no SESC, em 1976, na “I Feira da Cultura Popular Brasileira”.
E o Carmo que já era conhecido como a “cidade dos doces”, passou a ser conhecido também pelos trabalhos em tecelagem…
A Casa do Artesão foi inaugurada em 05 de novembro de 1993, como parte dos festejos em comemoração ao aniversário da Cidade.
A história dos doces carmelitanos...
Surgiu em 1912 no famoso Colégio e Escola Normal “Sagrados Corações” às mãos da estudante Ana Magalhães Vilela, Nicota Vilela, um doce de mamão, muito cristalizado, com alguns sucos.
Embora de feitio e desenho rudimentar, ela o achou interessante e guardou-o para mostrar à sua mãe D. Maria de Lima Vilela, residente na fazenda do Cafezal. Maria gostou da idéia e juntamente com sua filha, procurou fazer doce semelhante. Sr. Adolfo Pio Sobrinho, pai de Nicota, ia auxiliando, fornecendo alguns ferrinhos de pouco corte. E os doces com desenhos iam surgindo pouco a pouco.
Depois de casada com o Sr. Joaquim Pinto Magalhães, D. Nicota ia esmerando o seu artesanato, pois o Sr. Quincas, como era chamado, ia fazendo ferrinhos mais apropriados em vários formatos (todos os cartuchos de metal de balas deflagradas). D. Nicota, usando as peças confeccionadas pelo marido, recortava os pedaços de mamão, abóbora, formando os mais variados desenhos. Daí para frente a arte crescia nas mãos de D. Nicota. No casamento de sua sobrinha Maria de Lourdes, ela deslumbrou todos os convidados, quando foram servidas as bandejas com os belos e gostosos doces: fita de côco em formato de rosa-flor, tronquinhos de árvores, bolinhas de côco, doce de banana, figo, abacaxi, laranja, maracujá, etc.
As encomendas iam chegando com intensidade sempre maior. Os doces de D. Nicota começaram a atravessar fronteiras não somente no município como também do Estado e até do País, indo para a França, Itália, Inglaterra. O doce arte, foi-se difundindo aqui, ali, acolá e hoje espalhou-se por toda a cidade. É trabalhado com esmero e perfeição cada vez maior.
A história da tecelagem...
O tear desde os tempos mais remotos foi usado para a fabricação de tecidos com os quais se faziam roupas de cama, mesa e vestuário. Os fios eram extraídos do algodão ou do carneiro. Depois, o processo de lavar, cardar, fiar e tecer. Existia como também hoje o processo da tintura usando-se raízes, cascas ou folhas de ipê, coqueiro, argila, pau-brasil, quaresminha, etc.
A tecelagem sempre foi uma das atividades predominantes tanto na cidade como nas fazendas, desde o tempo da escravidão. Em nossa cidade, temos hoje colchas, toalhas tecidas há mais de 100 anos e do mais apurado capricho e amor pela arte de tecer. As toalhas para lavabo de Carmo do Rio Claro têm tradição que remonta a época da escravatura. Quando bordadas à mão, uma por uma, em ponto de cruz, e suas franjas amarradas fio por fio em abrólio tornam as toalhas exclusivas e sem similar em todo o Brasil. Esta tradição artesanal é hoje desenvolvida por quase toda a comunidade de Carmo do Rio Claro nos seus mais diversos níveis sociais.
Assessoria de Imprensa