Publicado em 06/09/2010 - regiao - Carlos Alberto
A audiência pública ocorrida na Câmara Municipal de Guaxupé, na noite de 30/08, para decidir o futuro dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto em Guaxupé, virou caso de polícia. Isto, porque a vereadora Tânia Maria Nobile Rolim e o secretário de Desenvolvimento e Meio Ambiente da Prefeitura, Mozart Faria, quase transformaram o plenário num ringue, tamanha foi a troca de ofensas entre as partes. Numa noite em que o assunto principal deveria ser a permanência da Copasa no Município ou a criação de uma autarquia, os adversários políticos demonstraram mais uma vez a antipatia que já dura dois anos, aproximadamente.O secretário de Desenvolvimento não se conteve ao ouvir o diretor da divisão de negócios da Companhia-BH, Hélio Roberto, falar que os preços praticados pela estatal não são os mais caros do País, como haviam alegado membros da Prefeitura, presentes àquela reunião.
Em tom áspero, Mozart criticou os serviços prestados pela Copasa, quando Vasco passou a lhe contestar. Neste momento, Tânia Rolim, do plenário, disse que a Prefeitura não tem credibilidade para tocar uma autarquia, o que gerou a troca de insultos.
Numa clara expressão de ira, Mozart começou a acusar Tânia, que retribuiu à altura. Ele, aos gritos e indo de encontro à vereadora, disse que ela faz denúncias infundadas contra a administração pública municipal. Isto, além de afirmar que Tânia não tem procedências e é uma compradora de votos. Ela, por sua vez, declarou que ele ocupa cargo de confiança na Prefeitura e, por isto, é um corrupto. O tumulto durou coisa de dois minutos, quando o vereador Sérgio Luís Faria dos Santos, sobrinho de Mozart, assim como a presidente do diretório guaxupeano do PT, Ana Maria Oliveira, seguraram o secretário municipal.
Com a situação controlada, o vereador Durvalino Gôngora de Jesus (Nico) reiniciou a audiência, que durou mais cinco minutos, no máximo. Logo após, dois policiais militares compareceram à Câmara, a pedido de Tânia Rolim, que registrou boletim de ocorrência contra Mozart. Ela alegou ter sido insultada: “Não levo desaforo para casa e, por isto, disse sim que ele é corrupto, pois ele me humilhou primeiro”, disse a vereadora. O secretário, em sua defesa, afirmou ter sido ofendido antes, o que lhe fez reagir: “Eu tenho um passado limpo em Guaxupé e não admito ser injustiçado como fui hoje, por ela”, ressaltou Mozart. Ao final, os policiais registram o B.O. e deixaram a Câmara, assim como todos os presentes.
Permanência da Copasa ou criação de uma autarquia?
A reunião de segunda-feira, 30/08, contou com a presença de cinquenta e três pessoas, entre diretores e funcionários da Copasa, assim como membros do alto escalão da Prefeitura. Embora o presidente da Comissão de Justiça e Redação da Câmara, Durvalino Gôngora de Jesus (Nico), afirmar que divulgou a audiência pública nos veículos de comunicação da cidade, a presença de consumidores sem vínculos com a estatal ou a municipalidade foi mínima.
Em defesa da criação de uma autarquia manifestaram-se Mozart Faria, secretário de Desenvolvimento e Meio Ambiente da Prefeitura, o diretor do programa municipal Economia Solidária, Edson Ambrósio e o engenheiro João Batista Zaratine. Já favoráveis à permanência da Copasa no Município declararam-se as donas de casa Marina Queiros, do Agenor de Lima e Vera Lúcia da Silva, do Jardim Planalto, além do produtor rural José Carlos Magalhães, o empresário Carlos Corrêa de Almeida Júnior e o agente sanitário José Ronaldo Ribeiro Ferraz. A presidente do PT local, Ana Maria de Oliveira, usou o microfone, mas apenas pediu paz entre as partes.
Pela Copasa, falaram o superintendente Vasco Dráuzio Zil, o encarregado José Arquimedes, Hélio Roberto, da divisão de negócios da empresa, em Belo Horizonte e Carlos Coelho, chefe de laboratório regional. Em suas palavras, os representantes da estatal garantiram ter um projeto pronto para tratar o esgoto em Guaxupé, o qual custará cerca de R$ 40 milhões. Além disto, alegaram não ter como promover melhorias atualmente, uma vez que a Prefeitura ameaça criar a autarquia, o que impede a Copasa de investir no Município. Os líderes da Companhia ainda defenderam a qualidade da água oferecida à população, assim como negaram que a empresa pratica o preço mais caro do País.
Em favor da autarquia, após a reunião, falou o líder do prefeito na Câmara, vereador Durvalino Gôngora de Jesus (Nico). Segundo ele, a Prefeitura possui plenas condições de administrar os serviços de água e esgoto em Guaxupé, já que o prefeito Roberto Luciano Vieira enviou um projeto ao gabinete do presidente Luis Inácio Lula da Silva. Além disto, Nico insistiu que a Copasa cobra altos valores pela água oferecida à população guaxupeana. No entanto, como cidadão, ele disse não ter opinião formada. Além de Nico, participaram da audiência Tânia Maria Nobile Rolim, Levi Baltazar Valderramos, Sérgio Luís Faria dos Santos e Mauri de Almeida Palos. Entre todos, nenhum manifestou opinião própria sobre a permanência da Copasa ou a criação de uma autarquia. Outra reunião estava prevista para acontecer na quarta-feira, às 19 horas, na Câmara.




