Criada em Guaxupé a Clínica Palet para tratamento a usuários de drogas

Publicado em 28/09/2010 - regiao - Carlos Alberto

Guaxupé passou a contar desde os últimos dias com uma nova clínica para tratamento de pessoas envolvidas com drogas. Situada num terreno anexo ao Lar São Vicente, a entidade é denominada Palet, tendo nascido em São Bernardo do Campo (SP), há três anos. No entanto, o responsável, Luiz Carlos Evangelista Júnior, transferiu-se para Guaxupé, a fim de recuperar os dependentes químicos do Município. De cunho particular, o tratamento tem o custo mensal de um salário mínimo.
A clínica adota, no momento, a postura de comunidade terapêutica, onde são desenvolvidos trabalhos de apoio social e espiritual. Porém, o objetivo é atuar com um corpo clínico adequado, o que incluirá as participações de profissionais de diferentes áreas da saúde. “Aguardamos a liberação de documentos que foram enviados a Belo Horizonte, pois queremos fazer tudo certinho. Enquanto estas providências burocráticas estão em trâmite, funcionamos conforme nos é permitido”, explicou Luiz Carlos.
Pastor evangélico, o responsável pela clínica não vincula o estabelecimento com sua religiosidade. “Eu sou seguidor de uma religião, mas não imponho nada sobre ela aqui dentro. Nós somos apolíticos, aceitamos todas as doutrinas e não temos distinção de cor, raça ou outras preferências. O que queremos é recuperar as pessoas que chegam a nós”, disse Luiz Carlos, que trabalhou, ainda, como policial militar por dezoito anos no Estado de São Paulo.

Com um histórico de sucesso, a clínica Palet conta com dois jovens de Guaxupé e oito de cidades paulistas. Segundo o responsável, os internos do Estado de São Paulo vieram para concluir seus tratamentos. “Estou aqui há cinco meses e iniciei-me agora como monitor, pois concluí meu tratamento. Devo dizer que o pastor Carlos é o guia, mas Deus é o único que liberta”, ressaltou Piero Paulo Napoleão, de 34 anos, é natural de São Vicente (SP).
Ainda sem obter auxílio da iniciativa pública, a clínica opera com certa dificuldade, uma vez que somente o aluguel do imóvel é R$ 5mil/mês. “Ninguém do poder público fez contato conosco, infelizmente. Em compensação, um empresário desta cidade, conhecido como Jarbinhas, veio até nós e ofereceu apoio. Hoje, ele é nosso grande padrinho, pois banca cerca de 60% de toda a alimentação. Que ele seja recompensado por Deus!”, agradeceu Luiz Carlos, referindo-se ao comerciante Jarbas Corrêa Filho, do São João Supermercados.
Em geral, o tratamento na Palet dura seis meses, onde os familiares dos internos podem fazer visitas mensais. Aos assistidos, quando merecedores, há a permissão para falar com seus entes queridos aos sábados, via telefone. Otimista sobre o sucesso da unidade recém-montada, o pastor Luiz Carlos comenta: “Sei dos problemas que muitas famílias guaxupeanas enfrentam por causa das drogas e estamos aqui para ajudá-las. Por isto, convido a todos para nos conhecer e comprovar, pessoalmente, a seriedade de nosso trabalho”, finalizou ele.