
A paralisação dos servidores da enfermagem do Hospital Santa Rita de Nova Resende foi marcada por muita polêmica. Na última edição, nossa reportagem ouviu a versão do presidente do SEMPRE, Roberto Guelere. Ele relatou o baixo salário pago para a classe e a falta de diálogo por parte do Executivo. Nesta semana, a administração municipal rebateu as críticas sofridas.
O prefeito Ronei Vitor de Brito (PT) foi direto: “Não gostaria de estar respondendo para pessoa desta marca”. Porém, reconheceu que o sindicalista representa parte dos servidores públicos. Em seguida, foi novamente direto: “Nós não temos negociação e diálogo com gente desta marca. Uma pessoa que já foi administrador do município, que estourou a prefeitura e deixou o município em estado de calamidade”.
Ronei garantiu que a paralisação dos servidores da enfermagem não prejudicou o bom andamento do hospital. Prova disso, que não foi registrada nenhuma reclamação por parte da comunidade. Também argumentou que a paralisação aconteceu de forma ilegal. Rebateu a alegação de que foi mantido 30% do funcionamento. O prefeito afirmou que o hospital é administrado pelo governo municipal e não por servidores ou pelo sindicato da classe.
O prefeito ainda desmentiu críticas quanto à realidade dos salários pagos aos servidores. “Além do cara ser sem vergonha, também é mentiroso”, atacou. O sindicalista havia informado o salário de R$ 530,00. Segundo o prefeito, nenhum funcionário da área da saúde recebe menos que R$ 700,00. A maioria recebe um valor acima de R$ 1.000,00, além de cesta básica. Os funcionários trabalham 12 horas e folgam durante 36 horas. Ronei contou que prestou esclarecimentos na emissora de rádio do município, tranquilizando a população e mostrando a verdade dos fatos. No final da paralisação, praticamente metade dos servidores já havia retornado ao trabalho. Sobre ameaça aos servidores grevistas, o prefeito esclareceu que houve apenas o aviso de que não seriam pagos os dias parados. Esta medida foi tomada visando o cuidado com o dinheiro público.
O assessor jurídico do Executivo, Dr. Sebastião Marques dos Santos, contou que assumiu a direção do Hospital Municipal Santa Rita há cerca de 20 dias (sem remuneração pelo novo cargo). Ele confirmou que o movimento não contou com a adesão de todos os servidores. Além disso, quatro dias antes da paralisação conversou com todos os membros da equipe de enfermagem, expondo a situação do município. Explicou que o aumento não era possível porque a folha de pagamento estava próxima do limite prudencial. O pessoal do laboratório entendeu e não participou da greve. “Não houve pressão”, garantiu. O diretor revela ainda que durante o movimento foi procurado por servidores dizendo que desejam retornar ao trabalho, mas poderia haver constrangimento com os colegas. Mesmo assim, a maioria dos servidores voltou ao trabalho normalmente. Prova disso, que uma passeata pretendida não contou com a adesão dos servidores. “Os próprios servidores reconheceram o erro”, disse.
Dr. Sebastião relata ainda que a reivindicação dos servidores é diferente da pauta do Sindicato que é política. Uma reunião foi agendada com a equipe de enfermagem para o dia 28/06, buscando o diálogo. Os servidores estão trabalhando normalmente e não há prejuízo ao atendimento da população no hospital. O advogado ainda indagou se Roberto Guelere, como sindicalista e produtor de café, esta registrando seus trabalhadores e defendendo a categoria.
O prefeito voltou a dizer que esta aberto ao diálogo com os servidores, sendo que não existe a mesma disposição com relação ao sindicato. Acrescentou que a equipe de enfermagem já conquistou aumento salarial sem a interferência do sindicato.