Publicado em 10/05/2021 - regiao - Da Redação
O produtor Antônio Silvio de
Oliveira, proprietário do Sítio Córrego do Sapé, no município de Alterosa,
começou a colheita do café na última semana de abril. Ele é um dos
participantes do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Café,
oferecido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES em parceria com o Sindicato dos
Produtores Rurais de Alterosa. Ao contrário da maioria dos cafeicultores, que
enfrenta um ano de baixa produtividade, a sua lavoura deve superar as
expectativas com a produção chegando a 400 sacas.
Quando o técnico de
campo Eugênio Andrade de Souza começou o acompanhamento, em dezembro de 2020, o
manejo já impactaria positivamente a colheita deste ano. Enquanto alguns
consideravam a decisão do produtor de irrigar a lavoura uma loucura, ele seguiu
firme. Para irrigar os 20 mil pés de café, o trabalho exigiu aluguel de um
trator, contratação de mão de obra e busca de água no açude de um vizinho, a
1,5 km da propriedade.
“Tinha uma
lavoura nova que tinha que irrigar. Como a seca foi prolongada, percebi que, se
não irrigasse, não colheria nada. Durante 35 dias, observei que as plantas
respondiam. A florada veio e a planta segurou os frutos”, contou o cafeicultor.
E os resultados mostraram que ele estava certo: pelos cálculos do técnico, a
produção não terá perdas, na comparação com a última safra. O produtor também
acredita que recuperou 30% da produtividade.
O valor
investido foi de R$ 20 mil, e o gasto com bombas e tanques será diluído ao
longo dos anos. O produtor vai recuperar esse recurso com o aumento da produção
e a valorização do café, o que deve ocorrer diante do cenário de queda de até
40% na produção de café, segundo previsão da Emater. A colheita, que é
mecanizada, segue respeitando o limite do produtor para a secagem do
café.
“A irrigação garantiu
a produção da lavoura. Na região, com o impacto da seca, muitas lavouras terão
perdas de até 50%. Já Sílvio, que registrou uma produção baixa em 2020, cerca
de 200 sacas, deve colher até 400 sacas em 4,5 hectares”, disse o técnico de
campo.
Ele ainda
ressalta que o investimento na irrigação gerou aumento da produtividade e ganho
de escala em produção, reduzindo o custo fixo e aumentando a margem líquida do
produtor em cada saca de café. “O reflexo vai além da colheita deste ano. Vai
diminuir a bienalidade e impactar positivamente a próxima safra, pois a lavoura
não sentiu a seca”. O técnico segue ajustando os trabalhos de manejo e
orientando o produtor para melhores resultados tanto na parte técnica como na
parte gerencial.
SISTEMA FAEMG, SENAR