Publicado em 24/05/2018 - regiao - Da Redação
Debate integra Simpósio de Educação
promovido pela UEMG, em parceria com Autarquia Municipal de Ensino
“O
magistério não é uma profissão estática. Se os estudantes não são iguais a cada
ano, por que nós somos?”. A provocação é do renomado professor Miguel Arroyo,
que ministrou a palestra de abertura do 1º “Simpósio de Educação, Escola,
Sociedade e Formação Docente”, que teve início na noite da segunda-feira
(21), no Espaço Cultural da Urca. A secretária municipal de Educação, Flávia
Vivaldi, e a diretora da AME, Nanci de Moraes, participaram da abertura.
O
evento, promovido pela Universidade Estadual de Minas Gerais – UEMG unidade
Poços de Caldas, em parceria com a Autarquia Municipal de Ensino, celebra o Dia
do Pedagogo, comemorado em 20 de maio. O simpósio, que vai até o dia 23, tem
por objetivo reunir pesquisadores, formadores de professores, docentes da
educação básica e alunos de licenciatura interessados em discutir os desafios
da educação contemporânea na formação docente.
Com
o tema “Ameaças e desafios para a formação docente na sociedade contemporânea”,
o professor Miguel Arroyo, PhD em Educação pela Stanford University e professor
titular emérito da Faculdade de Educação da UFMG, destacou diversos aspectos
que merecem atenção por parte dos profissionais da educação.
Para
Arroyo, é preciso coragem para construir postura crítica diante das políticas
nacionais que impõem o que deve ser ensinado na Educação Básica. Ele reiterou
que o norte da educação pública deve levar à humanização dos sujeitos e
destacou que não se pode perpetuar discursos e práticas segregadoras que
desqualificam os professores e professoras e violentam os alunos e alunas.
“Foi
uma noite ímpar! Reflexões importantes que vêm nos chamar a atenção para as
ameaças e desafios que sondam o contexto educacional. Fomos alertados sobre o
fato de a educação ser, essencialmente, ideológica e, por isso, um campo de
disputa de poder. E cabe aos professores da Educação Básica, formadores de
professores, gestores educacionais e demais trabalhadores da educação não se
esquecerem disso e atuarem em favor de uma pedagogia dos sujeitos e não para os
sujeitos. Sujeitos em condições precárias de vida. Ao invés de perder tempo com
“Eva viu a uva” é preciso investir esforços em discutir aspectos como ‘Eu sou
violentado porque sou negro’, ‘Eu ganho menos porque sou mulher’. Precisamos
reagir aos retrocessos que ameaçam suadas conquistas da pedagogia dos
oprimidos”, defendeu a professora da UEMG, Ketiuce Ferreira Silva.
Para
o estudante de pedagogia da UEMG, Paulo Gustavo Sarges, a palestra foi de
extrema relevância para todos os agentes envolvidos no processo educacional. “O
professor Arroyo, em sua fala sobre os desafios da educação para a formação
docente, tratou objetivamente do caráter social da pedagogia enquanto prática docente
que, consciente dos contextos onde está inserida, deve ser capaz de compreender
as subjetividades do aluno /indivíduo, para respeitá-las no fazer educativo que
transforma realidades e deve, como é próprio da natureza da educação, nos
humanizar”, pontuou.
Segundo o coordenador de Extensão da UEMG, professor Emerson Batista Ferreira Mota, além de promover reflexões sobre as questões relacionadas aos temas educação, escola, sociedade e formação docente, o evento visa também estreitar o relacionamento entre a universidade e a comunidade. Ele destacou, ainda, a presença do professor Miguel Arroyo na cidade. “É um presente para os educadores de Poços”, ressaltou.
ascom