O fato foi revelado durante a última reunião do Legislativo, no dia 15 de setembro. Funcionário da Copasa, com grande experiência na área, alertou os vereadores sobre a preocupante situação a ser enfrentada no futuro.
A presença do cidadão Luiz Antônio Ferreira (“Luiz da Copasa” - foto) na tribuna foi de extrema importância, pois apresentou o questionamento de um tema atual e primordial para a vida de uma comunidade. Inicialmente, esclareceu que fazia uso do espaço de forma voluntária, pois está em período de férias de suas atividades na Copasa. Com 22 anos de experiência na área, Luiz confessou que nunca pensou em viver a situação atual com o problema de abastecimento de água. Segundo ele, o problema com a falta de água se agravou nos últimos dois anos no município. Assim, entende que sem as providências necessárias por parte dos órgãos responsáveis (município, estado ou União) em dez anos haverá um colapso no abastecimento de água à população de Nova Resende.
Citou problemas com a queimada, desmatamento e falta de respeito com as nascentes, sendo que leis existentes não estão sendo cumpridas.
Para dar real dimensão ao problema, Luiz da Copasa explicou que há 20 anos sobrava 80% da vasão e hoje não sobra nem mesmo 15%. Além disso, o problema mostrou aceleração nos últimos dois anos, atingindo os dois rios que abastecem as nascentes do município (Caninana e Rio Claro). “Se Nova Resende fosse do tamanho de Guaxupé não teria mais água para beber”, alertou.

Luiz da Copasa aconselhou os vereadores a se unirem com as demais autoridades para promover campanhas de conscientização nas escolas, pais de alunos e comunidades. Citou exemplos de cidades como Casa Branca e Tambaú, no estado de São Paulo, em estado de calamidade pública e abastecidas com caminhão pipa. Para ele, as providências devem ser urgentes. Entende que também não basta o plantio de árvores em algumas nascentes. Segundo ele, a situação é pior a cada dia, mesmo que Nova Resende esteja no “coração da água” em Minas Gerais, sendo a região mais protegida devido ao relevo de serras. Porém, a população está acabando com as matas e deixando as áreas limpas. Além disso, são feitas construções de casas às margens do Rio Claro, sendo que a sobra de água não é devolvida ao rio. Portanto, um claro desperdício de água e com um sério problema para um futuro breve. “Vamos fazer a nossa parte enquanto há tempo, porque depois não haverá tempo para mais nada. Não estou falando em nome da Copasa, pois estou de férias, mas como cidadão de Nova Resende”, finalizou.
Os vereadores se manifestaram indagando sobre a possibilidade da Copasa ministrar palestras e oferecer as orientações necessárias. O profissional sinalizou positivamente, mas voltou a cobrar uma ação efetiva por parte das autoridades do município.