PELA ARTE: Figurantes participam das gravações de “O jeito guaxupeano de ser”

Publicado em 08/10/2013 - regiao - Da Redação

Pessoas de diferentes idades foram ao Parque Mogiana neste domingo, com roupas típicas, onde reviveram o dia em que o trem chegou ao “Arraiá das Dores”

Figurantes convidados participaram, na tarde do domingo, 6 de outubro, de mais uma série de gravações do filme “O jeito guaxupeano de ser”, idealizado e dirigido pelo presidente da Casa da Cultura, Severo Antônio, com produção da Impressione, de Cléber Mancini (Binho) e o apoio de voluntários, da cidade e região. Proposto com o objetivo de imortalizar a história do Município, o longametragem foi oficialmente iniciado há cerca de um ano e resgatará as verdadeiras origens do antigo “Arraiá das Dores”, hoje transformado na cidade de Guaxupé (com 101 anos).

As cenas foram gravadas no pátio da antiga estação ferroviária Mogiana, onde dezenas de pessoas protagonizaram a solenidade oficial da chegada do trem, pela primeira vez, em 1904 (no então arraial). “Já fizemos as gravações do trem, propriamente dito, quando fomos às cidades de Tiradentes e São João Del Rei. Agora, o pessoal daqui encenará a chegada dele à cidade”, explicou Severo, que conduziu o expressivo grupo de atores. Durante cerca de uma hora e meia, os presentes participaram das imagens, onde reviveram o dia em que a Maria Fumaça chegou a Guaxupé, tendo o fato resultado numa grande festa (com banda e gente de todo lado em clima de felicitações).

Entre os presentes, pessoas de diferentes idades participaram das gravações: “Fui o maquinista que fez a última viagem, em 1981 e, depois de tanto tempo aposentado, retorno ao lugar onde passei por inúmeras vezes. Se eu contar-lhes a quantidade de histórias, teremos que fazer outro filme. Mas, de todos os casos que presenciei, o mais tocante foi o dia do incêndio, em 1945, quando todo o vagão pegou fogo e ficou em cinzas, mas só salvou-se a imagem de Nossa Senhora, o que me fez ter ainda mais fé nela”, recordou o ex-profissional, sobre uma época ocorrente quando ele ainda tinha 14 anos de idade.

Bem mais novo, o fashionista Everton Tom Alves entende que aparecer nas cenas de “O jeito...” representará muito mais do que apenas participar: “Estar hoje aqui é reviver uma época que foi importante para todos. Conforme disse durante a inauguração de meu site, no Rio de Janeiro dizem que são ‘cariocas da gema’. Já no meu caso, sou mineiro de gema, da clara e do ovo mesmo”, brinco o rapaz, para justificar seu interesse em integrar as filmagens.

Também na opinião do cidadão Wellington José Escarassati, que há algum tempo produz um documento literário sobre a Mogiana, a iniciativa de Severo vem de encontro com o compromisso que todo povo deve ter para com a cultura: “Meu livro sairá em breve e será um marco para a história ferroviária de Guaxupé. Contudo, hoje estou aqui para endossar a boa vontade do Severo, que deve ser sempre respeitado por seu idealismo”, ressaltou Wellington, que interpretou um fazendeiro da época, com roupas luxuosas e um estilo autêntico de ser.

Não menos empolgado com as filmagens, o padre Reginaldo da Silva, da Paróquia Nossa Senhora Das Dores, participou da produção cenográfica na tarde de ontem: “Para mim, que nasci em Palmeiral e estou na cidade há dois anos, é uma honra fazer parte deste momento. Neste trabalho, estamos remontando a história, que originou no que Guaxupé é hoje. Então, estou muito feliz e grato por estar aqui”, disse o religioso.

Evidentemente satisfeito com a boa adesão do público, o responsável pelo filme comentou: “Não tenho nem palavras para agradecer à resposta destes que vieram, capricharam nos figurinos e foram verdadeiros atores. É tudo voluntário, tudo a serviço da cultura, da história e da vida. Por isto, não sabem como me deixaram felizes neste dia especial. Continuemos agora o nosso filme, pois ele será para sempre lembrado, tenho certeza”, disse Severo, que se emocionou na tarde de ontem. Agora, o idealista nato dará continuidade à produção, que começou em 2012 e não tem ainda data programada para ser concluído.

Fonte: Carlos Alberto (Jogo Sério)