Publicado em 21/07/2015 - regiao - Da Redação
Nos dias 15 e 16 de julho, a coordenadora de Saúde Mental de São Sebastião do Paraíso, Eliane Matheus Bonfante, participou de reunião colegiada do Percurso Formativo da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) em Brasília. Além de Paraíso estiveram presentes os representantes dos municípios de Sorocaba (SP), Ubá (MG), Juiz de Fora (MG), Rio Verde (GO) e Rio Branco (AC). Os profissionais se reuniram com Enrique Bessoni, representante e assessor técnico da Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas para discutir o Projeto de Educação Continuada da Raps que contempla todos os municípios anteriormente citados.
A Rede de Atenção Psicossocial é instituída pela Portaria nº 3088, de 23 de dezembro de 2011. Ela dispõe sobre a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Percurso Formativo está em fase de finalização, onde 14 profissionais de Paraíso já foram capacitados, ressaltando que, até setembro deste ano, 20 pessoas que integram os serviços de saúde mental serão capacitadas no total. Finalizando esta primeira parte do Pecursos, onde os profissionais da rede permanecem durante um mês sendo capacitados em Sorocaba (SP) no âmbito da desinstitucionalização de pacientes da saúde mental, serão iniciadas ações de educação continuada em São Sebastião do Paraíso.
Após uma construção coletiva com as equipes locais, a partir do diagnóstico e da necessidade levantada pelos pontos da Raps, a educação continuada englobará os seguintes pontos: Atenção à saúde do trabalhador da Raps; Matriciamento e estruturação da Raps (saúde mental na atenção básica); Desinstitucionalização e reinserção social do paciente (autonomia, protagonismo e empoderamento dos usuários); Dificuldades e limitações da Raps referente às demandas judiciais; “Arte, cultura e loucura” (aproximação territorial, inserção dos usuários na arte e cultura).
Até o momento, o projeto possibilitou uma ampla e rica troca de experiências, capacitando os profissionais para trabalhar na reorientação de práticas proposta pela Desinstitucionalização, sob os princípios norteadores da Reforma Psiquiátrica e do SUS. Promoveu intercâmbio de formação e práticas entre as cidades envolvidas, com consequente catalisação por parte dos profissionais em seus municípios e serviços de atuação.
A participação no Percursos, enquanto papel formativo dos profissionais, tem possibilitado uma mudança paradigmática e de perspectivas de cuidados. “Houve um abandono da perspectiva de que um único espaço deveria se responsabilizar pelo cuidado do sofrimento mental e um novo olhar para a construção de uma rede de cuidados”, diz Eliane. Pôde-se ampliar a ideia de que a desinstitucionalização é um processo prático-crítico, que passa necessariamente pela formação dos profissionais, seja do fechamento e substituição dos hospitais psiquiátricos por uma rede, seja pela desinstitucionalização nos próprios serviços substitutivos.
De acordo com a coordenadora, as equipes de Saúde Mental de nosso município tem se empenhado a cada dia para lutar contra a segregação e exclusão dos pacientes, buscando sempre a reinserção social e autonomia dos mesmos.
FONTE: ASCOM