Publicado em 30/12/2019 - regiao - Da Redação
Poços de Caldas - Alimentar os
macaquinhos que vivem na mata da Serra de São Domingos é um hábito de muitos
turistas e também de moradores que visitam nossos pontos turísticos próximos da
área. O problema é que, muitas vezes por instinto ou defesa, estes animais
mordem e arranham as pessoas, neste contato em busca do alimento. Recentemente,
dois acidentes com turistas foram registrados na Fonte dos Amores. Os macacos,
assim como os cães e os gatos, podem ser transmissores da raiva, doença que
afeta o sistema nervoso e leva a morte. Com o intuito de prevenir estas
situações, equipes da Vigilância Ambiental, órgão que faz parte da Secretaria
Municipal de Saúde, estão durante os finais de semana, fazendo plantões de
orientação. O trabalho começou no último dia 21, na Fonte dos Amores. Neste
final de semana, a ação foi estendida também para o Recanto Japonês. “Nós
verificamos que existe essa prática de alimentação destes animais no Recanto
Japonês e por isso vimos a necessidade de ter os agentes de endemias lá também,
além da Fonte dos Amores, então a ação será simultânea nestes dois pontos”,
explicou Jorge Miguel Ferreira do Lago, coordenador da Vigilância Ambiental.
Durante as abordagens, os agentes de endemias explicam o porquê da ação e
aproveitam para esclarecer dúvidas. “De maneira geral, todos têm sido muito
receptivos. Alguns turistas e também moradores até alegam que já alimentam os
animais há muitos anos, mas depois da gente explicar sobre o que pode ocorrer e
dos riscos, há um entendimento”, comentou Márcia Helena Geremias de Paula,
agente de endemias.
A ação da
Secretaria Municipal de Saúde tem o apoio da Secretaria Municipal de Turismo e
prossegue durante a temporada de férias. Além dos riscos à saúde dos
visitantes, alimentar os macacos interfere diretamente no equilíbrio ambiental.
Este ano foram
registrados mais de 900 acidentes por mordeduras de cães, gatos e macacos, em
Poços. Destes, pouco mais de 100 tiveram a necessidade real de tratamento com
soro ou vacinas. O esquema de tratamento é prescrito pela equipe que recebe os
casos nos pronto atendimentos. O protocolo adotado varia de acordo com o tipo
de exposição e as condições do animal agressor. Há alguns meses, o Ministério
da Saúde vem orientando para o uso racional do soro antirrábico, tendo em vista
os baixos estoques em todo o Brasil. A orientação é evitar contato direto com
animais desconhecidos, sejam eles silvestres ou domésticos.
Em casos de mordedura e/ou arranhadura, a assistência médica
deve ser procurada o mais rápido possível. O ferimento, deve ser lavado
abundantemente com água e sabão e receber aplicação de produto antisséptico.