Os riscos de ser infectado por coronavírus em ambientes fechados são bem
conhecidos, mas quais são as chances de contraí-lo em locais abertos?
Já sabemos
que o risco de contrair COVID-19 em locais fechados é elevado. Mas e do lado de
fora?
Quais são as chances de ser infectado quando você sai para passear com um
amigo?
Você pode
pegar o coronavírus de uma pessoa que passa correndo por você ou de outra que
se refugia em um ponto de ônibus para escapar da chuva?
O que
torna o ambiente externo mais seguro?
Os
cientistas dizem que o contágio pode ocorrer ao ar livre, mas as chances são
muito reduzidas.
Isso
porque o ar livre dispersa e dilui o vírus.
Também ajuda a evaporar as gotículas de líquido em que é transportado, que são
expelidos por alguém infectado quando tosse, espirra ou mesmo quando fala.
A luz solar ultravioleta, por sua vez, geralmente mata o vírus quando exposto à
luz do sol.
Mesmo
assim, há casos em que se acredita que as infecções ocorreram em ambientes
externos.
Um estudo
na China identificou que havia possibilidade de dispersão do vírus quando, por
exemplo, duas pessoas falavam cara a cara por 15 minutos consecutivos.
Os riscos são baixos, mas não zero. Quais são eles?
Proximidade
Se alguém
for infectado, talvez inadvertidamente por não apresentar sintomas, ele
liberará o vírus ao respirar, especialmente se tossir.
O vírus será transportado em gotículas, a maioria das quais cairá rapidamente
no chão, mas pode alcançar seus olhos, nariz ou boca se você estiver a dois
metros de distância do infectado.
Portanto,
a recomendação é que se evite ficar cara a cara se estiver tão perto -
inclusive em áreas abertas.
A pessoa infectada também libera partículas menores chamadas aerossóis.
Em
ambientes fechados, podem acumular-se no ar e ser um perigo; em ambientes
externos, dispersam-se rapidamente.
Companhia
prolongada
Andar
perto de alguém na rua ou ser ultrapassado por um corredor significa que vocês
dois ficarão juntos por no máximo alguns segundos.
É improvável que encontros rápidos sejam longos o suficiente para que o vírus
chegue até você.
"Não queremos que as pessoas tenham medo de se cruzar na rua", diz
Cath Noakes, professor e especialista em infecções transmitidas pelo ar.
Ela diz que o contágio dependeria de uma combinação de fatores: alguém
precisaria tossir diante do seu rosto e você, inalar as partículas na hora
errada.
Ela alerta, entretanto, que conhecidos que passam muito tempo juntos ao ar
livre e pensam que estão completamente seguros não deveriam se sentir tão
confortáveis
Correr com alguém e acompanhá-lo de perto por 20 minutos ou mais e respirar
atrás dele pode ser um problema, afirma.
"A triste realidade é que o maior risco vem das pessoas que você
conhece."
Realmente
ao ar livre?
Os
cientistas concordam que os riscos de contágio são baixos em grandes espaços
abertos.
Mas eles estão preocupados com áreas que não estão apenas lotadas, mas
parcialmente fechadas, como barracas de mercado ou pontos de ônibus.
Sempre que o ar está parado, ele pode estagnar e ser contaminado.
É em locais como caminhos estreitos ou filas com muitas pessoas que os
especialistas dizem que o uso de máscara pode ser necessário.
Você
pode contrair o vírus tocando em um banco de parque (ou outras superfícies)?
Se uma
pessoa infectada tossir na mão e depois limpar a superfície, o vírus pode
sobreviver ali por horas.
Pesquisadores nos EUA encontraram o vírus nas alças de latas de lixo e botões
nos semáforos.
Eles acreditam que isso pode ter causado infecções, embora em um nível
relativamente baixo em comparação com outras formas de propagação do vírus.
No inverno, o vírus pode durar mais ao ar livre.
O coronavírus sobrevive em baixas temperaturas e esse pode ser um dos motivos
pelos quais ocorreram surtos em frigoríficos.
Somado a isso, no hemisfério norte é a estação em que o nariz tende a escorrer
por causa do frio, e uma reação comum é enxugá-lo com a mão. Isso pode aumentar
as chances de contaminação das superfícies.
No
entanto, muitos cientistas agora acham que a quantidade de vírus que
provavelmente permaneceria em uma superfície dessa forma seria mínima e se
dissiparia em uma ou duas horas.
"A possibilidade de transmissão através de superfícies inanimadas é muito
baixa", diz Emmanuel Goldman, professor de microbiologia na Universidade
Rutgers, em Nova Jersey, nos Estados Unidos.
Onde
estão os maiores riscos?
Todas as
evidências indicam que a grande maioria das infecções por COVID-19 ocorre em
ambientes fechados.
O vírus é transmitido por meio da interação humana, principalmente quando as
pessoas ficam juntas por um longo período de tempo.
Isso significa que o vírus pode se espalhar de várias maneiras diferentes.
Gotículas
infectadas podem cair em pessoas próximas ou contaminar superfícies que outros
tocam.
E, se os ambientes estiverem cheios de gente, pequenas partículas de vírus
podem se acumular no ar e ser inaladas.
É em casa onde tudo isso tem mais probabilidade de acontecer.
Fonte: Estado de Minas